O Estado de Rondônia e seus índios Suruí estão famosos. Desde que a estrela Almir Suruí resolveu rodar o mundo para mostrar que índio também usa tecnologia, que índio também quer ganhar dinheiro, e que índio também pode ser empresário, muita gente ficou maravilhada. O vídeo abaixo mostra uma conversa entre Almir e uma jornalista da revista britânica "The Economist", em 13 de janeiro deste ano.
mais empreendedoras e criativas do mundo - ao lado de Eike Batista; já teve participação no programa de Roberto Justus; já posou ao lado da Google para fazer publicidade de um sistema de mapeamento dos recursos das terras Suruí, entre muitas outras aparições midiáticas.
No vídeo acima fica óbvio que tudo o que Almir faz é reproduzir o discurso padrão de certos grupos ambientalistas e indigenistas. Não são idéias cheias de conteúdo - pelo contrário, são ocas -, mas têm a casca do politicamente correto. Tudo bem. Não é isso o que interessa.
O que acho relevante é que Almir está mostrando ao mundo algo que o mundo não está vendo. Almir está provando que índio gosta da modernidade, sabe usá-la, e vai aproveitá-la para se desenvolver. O Suruí que rodou o mundo diz com todas as letras: nós não queremos ficar isolados do mundo civilizado. Nós queremos aprender com vocês. Nós queremos falar em créditos de carbono, em sensoreamento remoto, em smartphone.
Almir, meu conterrâneo lá de Rondônia, está nos pedindo que acordemos. Ele com certeza não quer comprar o pacote completo do nosso mundo - talvez prefira continuar morando em sua tribo a se mudar para Porto Velho ou São Paulo -, mas não há dúvidas de que quer poder desfrutar dos mesmos confortos que nós. E mais do que isso, ele entendeu que vai conquistar esse direito ao se mobilizar, empreender e participar do mesmo mundo que eu e você.
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