Enquanto em capitais como Salvador e Rio de Janeiro 1,2% dos habitantes têm hepatite C, na Amazônia 3% da população é portadora do vírus.
Considerada uma região endêmica, a Amazônia apresenta o maior número de casos de hepatites virais do País. Enquanto em capitais como Salvador e Rio de Janeiro 1,2% dos habitantes têm hepatite C, na Amazônia 3% da população é portadora do vírus. E a maioria nem sabe. O alerta é do professor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia, Raimundo Paraná.
De acordo com o pesquisador, no Brasil três milhões de pessoas são portadoras de hepatite B, C e D, porém apenas cem mil estão diagnosticadas. Ele ainda afirma que, enquanto a hepatite B em Salvador atinge 0,5% da população, na Amazônia Ocidental a incidência de hepatite B varia entre 3% e 20% da população, o que mostra que, na Amazônia, as hepatites virais são um verdadeiro problema de saúde pública, alega Paraná.
Os municípios onde há mais casos no Amazonas são Manaus, com 50% dos registros do Estado, Eirunepé 10%, Coari 5,8%, Atalaia do Norte 5,1%, Lábrea 4,4% e Boca do Acre 2,6%.
Com objetivo de promover a atualização dos profissionais de saúde envolvidos nas atividades de diagnóstico, tratamento e acompanhamento clínico de pacientes portadores das hepatites virais, foi realizado ontem, na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), o “Encontro Amazônico sobre Hepatites Virais”.
Fatores
Para justificar essa maior incidência da doença na Amazônia, o pesquisador explica que vários fatores influenciam, como o isolamento da região, a cultura do não uso do preservativo e a falta de informação. “A maneira como a Amazônia foi ocupada, a falta de acesso à saúde por um longo tempo, hábitos de casa como o compartilhamento para tratar doenças como ‘bicho de pé’, tudo isso pode ter contribuído para que as hepatites se tornassem um problema tão grave na região”, disse Raimundo Paraná.
As hepatites A e E se transmitem através de água e alimentos contaminados. A hepatite B se transmite pelo sexo não seguro, de mãe para filho na hora do parto e instrumentos cortantes compartilhados.
Segundo Raimundo Paraná a incidência de hepatite C está ligada ao uso de seringas de vidro, no passado. O pesquisador lembra as hepatites são assintomáticas por 30 a 40 anos, portanto os médicos estão diagnosticando hoje casos que foram contraídos há quatro décadas.
De acordo com o pesquisador, mais de 50% dos transplantes de fígado no Brasil são causados por hepatite virais. Sem centros de referência em transplantes na região amazônica, o custo desse tratamento para o Sistema Único de Saúde (SUS) é elevado.
Por: Jéssica Vasconcelos
Fonte: A Crítica
Considerada uma região endêmica, a Amazônia apresenta o maior número de casos de hepatites virais do País. Enquanto em capitais como Salvador e Rio de Janeiro 1,2% dos habitantes têm hepatite C, na Amazônia 3% da população é portadora do vírus. E a maioria nem sabe. O alerta é do professor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia, Raimundo Paraná.
De acordo com o pesquisador, no Brasil três milhões de pessoas são portadoras de hepatite B, C e D, porém apenas cem mil estão diagnosticadas. Ele ainda afirma que, enquanto a hepatite B em Salvador atinge 0,5% da população, na Amazônia Ocidental a incidência de hepatite B varia entre 3% e 20% da população, o que mostra que, na Amazônia, as hepatites virais são um verdadeiro problema de saúde pública, alega Paraná.
Os municípios onde há mais casos no Amazonas são Manaus, com 50% dos registros do Estado, Eirunepé 10%, Coari 5,8%, Atalaia do Norte 5,1%, Lábrea 4,4% e Boca do Acre 2,6%.
Com objetivo de promover a atualização dos profissionais de saúde envolvidos nas atividades de diagnóstico, tratamento e acompanhamento clínico de pacientes portadores das hepatites virais, foi realizado ontem, na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), o “Encontro Amazônico sobre Hepatites Virais”.
Fatores
Para justificar essa maior incidência da doença na Amazônia, o pesquisador explica que vários fatores influenciam, como o isolamento da região, a cultura do não uso do preservativo e a falta de informação. “A maneira como a Amazônia foi ocupada, a falta de acesso à saúde por um longo tempo, hábitos de casa como o compartilhamento para tratar doenças como ‘bicho de pé’, tudo isso pode ter contribuído para que as hepatites se tornassem um problema tão grave na região”, disse Raimundo Paraná.
As hepatites A e E se transmitem através de água e alimentos contaminados. A hepatite B se transmite pelo sexo não seguro, de mãe para filho na hora do parto e instrumentos cortantes compartilhados.
Segundo Raimundo Paraná a incidência de hepatite C está ligada ao uso de seringas de vidro, no passado. O pesquisador lembra as hepatites são assintomáticas por 30 a 40 anos, portanto os médicos estão diagnosticando hoje casos que foram contraídos há quatro décadas.
De acordo com o pesquisador, mais de 50% dos transplantes de fígado no Brasil são causados por hepatite virais. Sem centros de referência em transplantes na região amazônica, o custo desse tratamento para o Sistema Único de Saúde (SUS) é elevado.
Por: Jéssica Vasconcelos
Fonte: A Crítica
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