Europa prepara boicote a produtos do Brasil



A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), quer uma estratégia mais incisiva para evitar que produtos oriundos do Brasil cheguem a prateleiras dos supermercados de países do bloco.

A intenção foi tornada pública na sexta-feira (19/06), pelo comissário europeu para Meio Ambiente, Virginijus Sinkevicius, em discurso no Parlamento Europeu em Bruxelas. No momento, explicou Sinkevicius, está sendo avaliada a viabilidade de projetos legislativos e outras sugestões apresentadas à comissão.

O objetivo inicial, segundo ele, é poder contar com acordos voluntários com a indústria, para a aplicação de rotulagem obrigatória e esquemas de certificação.

No debate desta sexta, deputados europeus acusaram o governo Jair Bolsonaro de explorar a pandemia para fazer avançar o desmatamento na Amazônia e privar os povos indígenas de seu habitat.

A eurodeputada Anna Cavazzini, do Partido Verde, pediu que fossem asseguradas "cadeias de abastecimento sem desmatamento" para a Europa.

Delara Burkhardt, da bancada social-democrata, disse, por sua vez, que o desmatamento na Amazônia não é apenas um assunto brasileiro.

Mairead McGuinness, da bancada conservadora, lembrou que o acordo de livre-comércio com o Mercosul – ainda não ratificado – abriria o mercado europeu para os produtos de soja e carne do Brasil, que têm potencial para vir de terras desmatadas. 

Já o comissário europeu Sinkevicius classificou o acordo como um instrumento importante para exercer influência sobre o governo brasileiro. As partes contratantes – incluindo o Brasil – poderiam, assim, garantir o cumprimento das normas ambientais e do Acordo Climático de Paris de 2015.

Com o acordo, a União Europeia e o bloco sul-americano querem criar a maior área de livre-comércio do mundo. Espera-se que isso gere uma economia às empresas da UE de 4 bilhões de euros por ano em direitos alfandegários e impulsione as exportações. O Mercosul inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

 “Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.”


Comentários