Quando falha a conciliação, por Aldo Rebelo

Artigo do Ministro Aldo Rebelo publicado no Jornal Diário de São Paulo sobre a expulsão dos produtores rurais da Fazenda Suiá-Missu no Mato Grosso.
A expulsão dos produtores rurais que se estabeleceram na terra indígena Marãiwatsédé, reivindicada pelos xavantes no Mato Grosso, reprisa o clássico conflito no seio do povo. Os números, como sempre, são contraditórios, mas se mencionam de 150 a 300 índios de um lado e de 2.500 a 7.000 não índios do outro, a maioria pequenos agricultores e gente pobre atarefada na teia urbana que se formou no local. Por determinação da Justiça Federal, estão sendo despejados da terra que compraram de presumida boa-fé depois que os índios foram removidos pela Funai na década de 1960 e a área de 165 mil hectares entregue a fazendas que não prosperaram.

Removidos à força, deixam para trás a casa, a roça, o pasto, a comunidade que construíram em duas décadas de ocupação. Muitos nasceram ali. Ao menos 700 crianças estudavam nas duas escolas do povoado de Posto da Mata e tiveram o ano letivo interrompido. A pergunta que não quer calar é muito simples, tão óbvia que não encontra eco em ambiente de ânimos exaltados: não havia uma solução conciliatória?

O governo de Mato Grosso fez uma proposta salomônica: deixar os não índios na terra e dar aos xavantes uma área maior, de 250 mil hectares, com abundância de recursos naturais, no Parque Estadual do Araguaia. Ocupada por fazendas, roças e vilas, Marãiwatsédé já não faz jus ao significado de “mata fechada” na língua jê. Não tem floresta nem caça nem peixe.

Uma parte dos índios, liderada pelo cacique Rufino, aceita a permuta. Mas por trás da outra corrente parece movimentar-se um ressentimento retroativo que pretende compensar crimes cometidos contra os índios no passado com injustiças contra não índios no presente. Sua última intenção seria negociar um acordo bom para todos. Deixam de ver que nesse tipo de conflito fraticida que opõe interesses dos brasileiros não pode haver vencedor.

---------------------------
Obrigado, Ministro. Nós vamos tomar ferro na Suiá, mas é minimamente reconfortante saber que não se está só. É minimamente reconfortante saber que quanto "se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte."

Foto: José Medeiros / Olhar Direto

Comentários

julio2bh disse…
Aldo Rebelo para presidente. Apoia Katia!!!
Luiz Prado disse…
Há que saber que minérios se encontram no subsolo dessa terra para que a FUNAI tanha tanto interesse em imobilizá-la! Porque os índios, ah, esses se transformarão a cada dia mais no que já são, isto é, caboclos, com os mais bem sucedidos enviandos os filhos para estudar nas cidades e os outros vivendo de bolsa-família e pedindo postos de saúde a serem pagos pelos demais brasileiros.
e1000 disse…
O Governo CorruPTo Petista de Dilma e Lula e' que esta' por trás de tudo. O desejo de destruir regiões produtivas do agronegocio e' o único motivo para essa açao. Temos inimigos no poder. Sao bandidos, terroristas, corruptos, estelionatarios e carrascos do nosso povo. Precisamos nos unir para sempre e constantemente lutarmos contra esses partidos dessa esquerda anti patriotica que teima em enganar nosso povo com mentiras e atitudes pseudo-humanitárias cujo real objetivo e' destruir o melhor exemplo de capitalismo livre e progresso verdadeiro que existe no Brasil , que e' o setor produtivo rural. Abaixo o PT e seus aliados canalhas.!!
Braso disse…
Que bom o blog continuar, vamos juntos continuar a luta contra as injustiças contra o povo brasileiro.
Clauden Eye disse…
Não deixei de vir aqui nem um dia deste o fatídico 22/11...
Carlos A. A. disse…
Já que o amigo Luiz Prado mencionou sobre minérios no subsolo, veja esse vídeo que fala que a FUNAI pode estar envolvida no contrabando de nióbio`. Agradeço aos amigos que reassumiram esse blog e peço quer também de uma olhada com carinho nessa grave denuncia.

http://www.youtube.com/v/YRuHMopKkfc?version=3&hl=pt_BR&rel=0
Bruno Leixa disse…
Infelizmente nós aqui do Sul do MS em breve sentiremos os mesmos efeitos funestos da ação da FUNAI. Brevemente serão publicados os "estudos antropológicos" que cederão grande parte da nossa região para usos escusos, não obstante toda a região ter sido colonizada pelo INCRA como forma de ocupar a fronteira com o Paraguai. O INCRA vendeu a terra e agora a FUNAI dirá que os títulos são nulos. Será que os indios guaranis caíuás esqueceram que lutaram contra o Brasil na Guerra do Paraguai, e agora se nominam de: "os verdadeiros brasileiros". É melancólico.
Bruno Leixa disse…
Infelizmente nós aqui do Sul do MS em breve sentiremos os mesmos efeitos funestos da ação da FUNAI. Brevemente serão publicados os "estudos antropológicos" que cederão grande parte da nossa região para usos escusos, não obstante toda a região ter sido colonizada pelo INCRA como forma de ocupar a fronteira com o Paraguai. O INCRA vendeu a terra e agora a FUNAI dirá que os títulos são nulos. Será que os indios guaranis caíuás esqueceram que lutaram contra o Brasil na Guerra do Paraguai, e agora se nominam de: "os verdadeiros brasileiros". É melancólico.
Bruno Leixa disse…
Infelizmente, em breve o Sul do Mato Grosso do Sul passará pela mesma situação. a FUNAI já está a campo para elaboração dos "LAUDOS ANTROPOLÓGICOS" que "CONFIRMARÃO" que as áreas atualmente ocupadas pelos produtores são indígenas. E pensar que o próprio governo vendeu as terras, através do INCRA, já que precisava ocupar a divisa com o Paraguai. Após tudo pronto e produzindo alimentos baratos, seremos informados que estes títulos não tem validade, pois o que vale é o que a FUNAI diz. Aí iremos recorrer na justiça, mas já sem a posse e sem renda. Melancólico...
E pensar que ocupamos as áreas para impedir invasões ou problemas com os paraguaios.
Sabe quem lutou a favor do Paraguai e contra o Brasil na Guerra do Paraguai? Surpresa: os indios guarani-kaiowas, que agora são intitulados de "VERDADEIROS BRASILEIROS"