Henrique Meirelles: o agronegócio tem fôlego

Em matéria no Portal Sou Agro, Ronaldo Luiz expõe a posição do ex-Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre a posição do agronegócio na economia brasileira e suas perspectivas futuras.

"Apesar da desaceleração da economia mundial, o agro brasileiro tem um quadro favorável pela frente. Foi o que afirmou o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em palestra realizada na tarde desta quinta-feira (20), durante a Feicorte 2013, na capital paulista.



Após sair do BC, Meirelles assumiu a presidência do conselho de administração da holding J&F, controladora de empresas como o frigorífico JBS, banco Original, Eldorado Celulose e Papel, Vigor, entre outras.

Segundo Meirelles, o mundo deve crescer em torno de 2,8% em 2013 ante o avanço médio de 3,5% dos últimos anos. Para os países emergentes, a expectativa é de um crescimento na casa de 4,8% inferior à média de 8% também verificada nos últimos anos.

De acordo com o ex-presidente do BC, a crise, obviamente, atinge todos os setores, e o agro não está imune. No entanto, Meirelles ressalva que o setor está numa situação mais confortável do que, por exemplo, os segmentos da indústria e serviços. “O agro vem registrando sucessivos recordes de ganhos de produtividade, sendo uma exceção no País.”

Para o executivo, três fatores sinalizam um cenário positivo para o agro, mesmo, em meio, à crise atual. Segundo ele, valorização do dólar [que deixa o produto brasileiro mais competitivo, favorecendo as exportações], evolução no consumo chinês de proteína animal, e ligeira flexibilização do protecionismo agrícola. Estimativas citadas por Meirelles apontam que o consumo de carne bovina na China deve registrar um crescimento de 7,5% per capita/ano até 2020.

No tocante às barreiras protecionistas do comércio agrícola internacional, o ex-presidente do BC destacou que o aumento nos gastos destinados à alimentação fará com que países ricos reduzam a proteção para importações de produtos alimentícios. O executivo apontou como exemplo o Japão, que, segundo ele “apesar de rico” enfrenta sérios problemas com despesas voltadas à compra de alimentos."

Por Ronaldo Luiz

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