O último vaqueiro do rancho Pine Creek


Os pecuaristas do oeste dos Estados Unidos que dependem de terras públicas para criar gado dizem que diminuíram o acesso aos pastos e água por causa de uma série de regulamentações de cunho ambiental feitas pelo Governo Federal. Autoridades do governo dizem que estão protegendo recursos naturais ou dando mais acesso ao público para caminhadas e outras atividades que alimentam a indústria de recreação de rápido crescimento.


Wayne Hage pode ser o último vaqueiro de sua família, acabando com uma tradição da pecuária que começou durante a Guerra Civil dos Estados Unidos. Os Hages têm lutado contra o governo federal pelos direitos de pastagem em terras públicas de Nevada.


Leia matéria publicada no The Wall Streat Journal: In the Battle for the American West, the Cowboys Are Losing

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Sir Sidney Kidman chegou na Austrália com um mão na frente e um dedo atrás foi peão e se tornou dono de um império pecuá...
Posted by Ciro Siqueira on Sábado, 27 de junho de 2015

Não é preciso ir tão longe. A Fazenda Rio Capim, de 195 mil hectares que pertenceu ao grupo Bradesco, no Pará, hoje é um grande empreendimento florestal sustentável tocado pela Cikel Brasil Verde. Conheci a fazenda em seus estertores. Vi os 42 mil hectares de pastos virando juquira enquanto a vila de casas de madeira onde moravam os trabalhadores apodrecia.

A antiga Fazenda Cidapar, também no Pará, outra gigante de 380 mil hectares, que foi invadida por sem terra. O imóvel hoje é um grande assentamento miserável da nossa medonha reforma agrária. A maior parte da Fazenda Suiá Missu, uma das pioneiras na inseminação artificial no Brasil, virou terra indígena.

A pecuária está numa encruzilhada. Não tem prestígio nenhum com a população urbana, faz parte de uma cadeia produtiva cujo elo industrial tem mentalidade de açougueiro e não de empresário, disputa terras com outros usos socialmente mais agradáveis como a produção agrícola e os ninhos de joão-de-barro, enfrenta e enfrentará problemas sérios de falta de mão de obra, não tem uma entidade capaz de defender seus interesses, está diante de um consenso burróide que transformou a intensificação do uso da terra numa panaceia.

Como cantou certa vez o grande filósofo sertanejo Tião Carreiro, a coisa da preta, a coisa tá feia.

“Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.”

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