Pecuarista propõe pacto pelo cumprimento do Código Florestal


O pecuarista Caio Penido propôs um novo tipo de “slogan” para a pecuária do Brasil: em vez de “desmatamento zero” -, propôs “Código Florestal Já”.

Penido é presidente do Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável (GTPS), tem fazendas no Vale do Araguaia e também é membro da Liga do Araguaia – um grupo de 63 pecuaristas voltados a práticas sustentáveis na criação de gado de corte. Durante sua exposição no evento Jornalistas em Diálogo – A Pecuária na Amazônia, promovido pelo site de fakenews ecolóficas O Eco e pela ONG ambientalista ISA, Penido defendeu uma agenda comum entre produtores, jornalistas e ambientalistas, no sentido do cumprimento do Código Florestal. “Acredito que isso é possível. Há um desgaste, um fogo amigo (entre ambientalistas e produtores rurais), num país que tem mais de 60% do território preservado. E essa preservação é um capital imenso.”

Penido acredita, também, que nessa aliança seria possível garantir a produção de mais alimentos, emitir menos gases do efeito estufa conservando o ambiente. Ele demonstrou, ainda, que a vida do pecuarista “não é fácil”. “Ele compra a terra com metade de floresta para produzir na outra metade; é obrigado a preservar. Na Austrália, por exemplo, o pecuarista não tem de ter reserva legal”, diz. “É uma concorrência desleal. O pecuarista se sente injustiçado e vocês devem compreender isso. Ouvi na China, por exemplo, que aquele país preferia comprar da Austrália porque no país da Oceania ‘não tem risco de desmatamento'”, disse.

“Ou seja, o que poderia ser um diferencial para a nossa pecuária, que é a preservação do meio ambiente, acaba virando um obstáculo. Se nós aqui no Brasil temos risco de desmatamento é porque temos floresta e isso os importadores chineses não entenderam”, disse. Penido reforçou a necessidade de união em todos os elos da cadeia pecuária e a sociedade civil em favor da preservação. “Se a sociedade cobrar, se houver uma campanha do bem no sentido de preservação, a cadeia se movimenta em favor disso. Se não, o pecuarista vai perguntar: o que eu ganho com isso?”. São formas de sair do slogan “desmatamento zero” para “desmatamento mínimo”. “Ou seja, se o pecuarista adotar certas práticas conservacionistas e continuar a produzir, a cadeia pode estimulá-lo a ganhar mais. Ele vai fazer conta e se sentir recompensado em preservar".

Com informações do jornal O Estado de São Paulo.

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Comentários

" Se não, o pecuarista vai perguntar: o que eu ganho com isso?”. São formas de sair do slogan “desmatamento zero” para “desmatamento mínimo”. “Ou seja, se o pecuarista adotar certas práticas conservacionistas e continuar a produzir, a cadeia pode estimulá-lo a ganhar mais. Ele vai fazer conta e se sentir recompensado em preservar".

Exatamente! Muito bem observado, e eu já disse isso em outros canais, o que o pecuarista ganha em preservar, nada além da obrigação de preservar com recursos próprios e se falhar no conceito ainda leva uma botinada do Ibama.
Creio que além de ser possível ganhar dinheiro em áreas preservadas também seria necessário um ganho moral!
Cadê a contrapartida de preserva?
Que tal empréstimos com juros menores?
Que tal mais facilidade e menos burocracia no acesso as tecnologias de ponta?
Que tal mais facilidade na compra de implementos e equipamentos?

O governo poderia junto com a iniciativa privada começar a dar um retorno ao investimento de tempo e recurso na preservação do meio ambiente feita pelos nossos bravos pecuaristas.

Reconhecimento é tudo, e já é um bom começo!