Semana passa durante um seminário internacional ocorrido em um dos salões excessivamente refrigerados do Hotel Hilton em Belém o pesquisador Daniel Nepstad, do Woods Hole Research Center, mencionou en passant em sua apresentação que as grandes áreas preservadas da Amazônia assim estão unicamente pela falta de acesso. Para o pesquisador estão preservados na Amazônia aqueles locais para onde é muito caro levar insumos de produção e de onde é muito caro trazer os produtos.
No momento apropriado perguntei-lhe que papel tem a legislação ambiental nessa preservação. A mim parece uma contradição o fato da "mais moderna e avançada legislação ambiental do mundo" - como julga o senso comum - não ser ela a responsável por essa preservação. Se é a dificuldade de acesso que preserva implica que se o acesso for facilitado a floresta ruirá e a legislação ambiental não terá nenhum efeito na proteção da Amazônia. Diante da exposição dessa contradição o Dr. Napstad saiu com uma resposta que eu jamais poderia esperar.
De forma bastante lúcida o pesquisador mencionou que algumas vezes nos empolgamos tanto com algumas conquistas que esquecemos que observar se elas são ou não factíveis. Na visão dele, Nepstad, 80% de Reserva Legal na Amazônia é impraticável.
Eu, sincera e honestamente, fiquei atônito com essas colocações, não esperava isso vindo de alguém como ele. Nepstad é biólogo e um biólogo capaz de perceber que há algo de errado com o Código Florestal é uma boa notícia.
É certo que a convicção que sustenta o Código Florestal e os 80% de Reserva Legal na Amazônia tem origem em uma crença e como tal é pouco provável que argumentos racionais possam mudar essa convicção. Entretanto é bom saber que uma ou outra mente mais livre torna-se com o tempo capaz de perceber as incongruências das nossas leis ambientais "avançadas".
Outro obseração do Dr. Napstad foi a necessidade de se, nas palavras dele, "Reduzir o desmatamento improdutivo e governar o desmatamento produtivo." É fascinante que ele perceba que há distinção entre ambos. Mas isso merece um outro post.
O Seminário Internacional Amazônias foi promovido pelo Departamento de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA) em parceria com o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mais de 200 pessoas participaram dos dois dias de seminário (13 e 14 de agosto).
No momento apropriado perguntei-lhe que papel tem a legislação ambiental nessa preservação. A mim parece uma contradição o fato da "mais moderna e avançada legislação ambiental do mundo" - como julga o senso comum - não ser ela a responsável por essa preservação. Se é a dificuldade de acesso que preserva implica que se o acesso for facilitado a floresta ruirá e a legislação ambiental não terá nenhum efeito na proteção da Amazônia. Diante da exposição dessa contradição o Dr. Napstad saiu com uma resposta que eu jamais poderia esperar.
De forma bastante lúcida o pesquisador mencionou que algumas vezes nos empolgamos tanto com algumas conquistas que esquecemos que observar se elas são ou não factíveis. Na visão dele, Nepstad, 80% de Reserva Legal na Amazônia é impraticável.
Eu, sincera e honestamente, fiquei atônito com essas colocações, não esperava isso vindo de alguém como ele. Nepstad é biólogo e um biólogo capaz de perceber que há algo de errado com o Código Florestal é uma boa notícia.
É certo que a convicção que sustenta o Código Florestal e os 80% de Reserva Legal na Amazônia tem origem em uma crença e como tal é pouco provável que argumentos racionais possam mudar essa convicção. Entretanto é bom saber que uma ou outra mente mais livre torna-se com o tempo capaz de perceber as incongruências das nossas leis ambientais "avançadas".
Outro obseração do Dr. Napstad foi a necessidade de se, nas palavras dele, "Reduzir o desmatamento improdutivo e governar o desmatamento produtivo." É fascinante que ele perceba que há distinção entre ambos. Mas isso merece um outro post.
O Seminário Internacional Amazônias foi promovido pelo Departamento de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA) em parceria com o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mais de 200 pessoas participaram dos dois dias de seminário (13 e 14 de agosto).
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