Efeito Marina: Europa vê agronegócio brasileiro como vilão ambiental

“ONGs na Europa reclamam que estamos comendo a Amazônia quando compramos a soja brasileira. A verdade é que as pessoas não acreditam em vocês. Estou preocupado com a imagem negativa da soja brasileira na Europa”. A frase foi dita por Ruud Tijssens, presidente da Federação Europeia de Fabricantes de Produtos Processados, em um almoço organizado pelo governador de Mato Grosso, Pedro Taques, nesta semana em Paris durante a COP21.

O Brasil participa da Conferencia do Clima com a maior delegação entre todos os países, com 850 inscritos, boa parte ligada ao agronegócio. O setor se mobilizou para dizer que é parte da solução e não do problema e que pode combinar produção e proteção ambiental, mas bateu de cara no ceticismo e na resitência criada pelo ambientalismo. “Os mercados mantêm barreiras, achando que produtos do Brasil continuam a ser de alto risco ambiental e social”, disse Daniel Nepstad, um dos ambientalistas que ajudou a construir essa imagem ao longo do tempo.

Para Ignacio Gavillan, diretor de sustentabilidade do Fórum Consumer Goods, que reúne grandes varejistas e processadores de alimentos, desde Carrefour e Walmart a Nestlé, Colgate Palmolive e Danone “continua a percepção de que a soja brasileira fomenta desmatamento da floresta. Os nossos membros têm meta de comprar o que vem de desmatamento zero. Queremos comprar mais produtos brasileiros, mas é preciso fazer mais na área de sustentabilidade”.

Em meio ao esforço da delgação brasileira para mostrar a mudança de comportamento do agronegócio nacional, a ambientalista Brenda Brito, do Imazon, outra ONG que trabalha intensamente na construção dessa imagem ruim do setor, apresentou estudos mostrando que o desmatamento diminuiu na Amazônia, mas que no Cerrado e no Mapitoba a expansão da soja ocorreu em vegetação nativa, e portanto em novas areas desmatadas.

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Posted by Código Florestal on Domingo, 29 de novembro de 2015

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