O Visipec e a agenda negativa das ONGs para a Amazônia


Se você fosse obrigado a escolher entre salvar uma árvore ou uma pessoa, quem você salvaria? E se você fosse obrigado a escolher ente salvar uma floresta ou um grupo de pessoas, quem você salvaria? São perguntas retóricas. Os dois objetivos não são, necessariamente, excludentes. Com esforço, é possível salvar os dois. Mas as ONGs escolheram salvar as florestas prejudicando as pessoas. Continue lendo e entenda a escolha do ambientalismo de ½ ambiente.

O ambientalista americano Daniel Nepstad morou na Amazônia por doze anos. Foi um dos fundadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), uma ONG ambientalista.

Mas Nepstad não é um ambientalista comum. Para ele a proteção da floresta deve ser buscada sem privar os habitantes da região dos benefícios de atividades econômicas que tragam desenvolvimento e qualidade de vida.

O pesquisador alerta para o que chama de agenda negativa de muitas organizações não governamentais (ONGs) como Greenpeace e Mighty Earth. "Trata-se de uma agenda de exclusão de mercado, de exclusão de financiamento", disse Nepstad ao blog do Diogo Schelp. Veja íntegra aqui.

Ele dá como exemplo o compromisso assumido por grandes empresas de não se engajar em atividades econômicas que, mesmo indiretamente, levem ao desmatamento. "Centenas de empresas assumiram esse compromisso motivadas pelos ataques de ONGs contra a sua reputação. Por exemplo, se a Cargill compra soja produzida na Amazônia ou se uma rede de supermercados vende produtos feitos com soja da Amazônia, o Greenpeace vai atrás dessas lojas no exterior ou da Cargill em Santarém, no Pará, e faz protestos midiáticos para causar danos de reputação e dizer para o mundo que essas empresas causam desmatamento."

É também o que ocorre quando uma empresa entra na lista negra de ONGs como Chain Reaction, ligada ao Climate Advisors, que investiga as cadeias produtivas para identificar quais companhias podem estar contribuindo direta ou indiretamente para o desmatamento. Isso faz com que as empresas desistam de fazer qualquer tipo de investimento em áreas sensíveis, mesmo que em empreendimentos com potencial para ajudar a preservar a floresta, diz Nepstad.

O pesquisador dá um exemplo concreto ocorrido na Indonésia. "Nosso instituto tem uma parceria com a Unilever, na Indonésia. A empresa estava pronta para fazer um investimento na ilha de Bornéu, em colaboração com o governo local. Tratava-se de um governo progressista que queria estimular a agricultura familiar e a produção de óleo de palma de forma sustentável. Ocorre que a Unilever ficou sabendo que a refinaria que processava o óleo de palma estava na mira do Greenpeace. A ONG afirmava que a empresa proprietária da refinaria não era rigorosa com a cadeia produtiva, ou seja, não cuidava para comprar matéria-prima apenas de fornecedores que respeitavam o princípio do desmatamento zero. Com esse imbróglio, a Unilever recuou, com medo de se tornar alvo também. Ou seja, a região perdeu um investimento importante em desenvolvimento sustentável."

O pesquisador americano revela, com isso, uma contradição na forma de atuação de muitas ONGs ambientais. "Episódios como esse mostram o potencial da agenda ambiental de desmatamento de piorar, de agravar a pobreza", diz Nepstad. "Tem que haver uma maneira de dizer que em determinado lugar é seguro investir sem sofrer ataques de Greenpeace, Mighty Earth ou outras ONGs", diz Nepstad.

Quem acompanha este blog tem visto nos últimos nossa luta contra o Visipec. ONGs hackearam os servidores do Ministério da Agricultura e fizeram o download de milhares de Guias de Trânsito Animal (GTAs). As organizações pretendem usar as GTAs para rastrear a cadeia da pecuária deixando os envolvidos expostos à admoestação pública caso se envolvam em episódios de desmatamento.

É a agenda de exclusão das ONGs.

Para além de afastar investimentos da região, usar as GTAs para controlar a cadeia produtiva da pecuária fragilizará o sistema de vigilância sanitária colocando toda a cadeia em risco.

Clique aqui e veja tudo o que já publicamos sobre esse assunto.

Com informações do blog do Diogo Schelp e imagens de Marcelo Camargo/Agência Brasil

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