O Banco Mundial deve reconsiderar seus investimentos no frigorífico Minerva, segunda maior exportadora de carne bovina e uma das maiores produtoras do Brasil, por supostas relações da empresa com o desmatamento e a crise climática. O banco tem uma parte significativa das ações da companhia, através de seu braço de investimentos, a International Finance Corporation (IFC).
"O Banco Mundial deve garantir que todos os seus investimentos sejam favoráveis ao clima e respeitem os direitos humanos e desinvestem de empresas que não cumpram esses critérios", disse David Boyd, relator especial da ONU sobre direitos humanos e meio ambiente, ao Bureau of Investigative Journalism, do periódico britânico The Guardian.
O frigorífico Minerva alega que 100% de seus fornecedores diretos são certificados e fornecem animais de áreas não desmatadas, mas reconhece que atualmente não é possível monitorar as práticas dos fornecedores indiretos devido à ausência de mecanismos de controle sobre as fazendas de reprodução ou cria de gado. As propriedades que trabalham com essas atividades não são fornecedoras de frigoríficos e sim de outras fazendas, que trabalham com a engorda e terminação do rebanho.
Este blog vem denunciando um grande esquema internacional para forçar os frigoríficos a monitorar fornecedores indiretos através do uso das Guias de Transito Animal (GTAs) hackeadas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ocorre que o uso das GTAs fora do sistema de vigilância põe em risco o monitoramento de enfermidades e torna a pecuária brasileira sensível ao fechamento de mercados importadores.
Clique aqui e veja tudo o que já publicamos sobre esse assunto.
Veja também o texto no qual o ambientalista Daniel Nepstad denuncia esse modus operandi das ONGs no Brasil e em outros locais do planeta.
Imagem de Tumisu por Pixabay
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