Imagem: Arquivo Agência Brasil |
Você sabe qual foi o grande ganho do novo Código Florestal? Se você acha que foi a redução das Áreas de Preservação Permanente está redondamente enganado. Até porque elas não foram reduzidas. Continuam exatamente com as mesmas metragens. O novo texto apenas criou regras transitórias que permitem manter nas APPs alguns usos e benfeitorias. Se você acha que foi a redução da Reserva Legal também está redondamente enganado. Os limites de Reserva Legal continuam sendo exatamente os mesmos do velho Código Florestal, inclusive os medonhos 80% na Amazônia. Sabe qual foi o grande ganho do novo Código Florestal?
A reconciliação entre o agro e o eco.
O grande ganho do novo Código Florestal foi a reconciliação dos produtores rurais com a vontade de proteger o meio ambiente por meio da adequação dos seus imóveis às novas regras, começando pelo Cadastro Ambiental Rural.
Não é por outra razão que os produtores estão aderindo em massa ao cadastro, excessão feita àqueles que encontram dificuldades como a recente queda do sistema (veja aqui).
Por décadas os produtores rurais do Brasil foram perseguidos, acusados, ameaçados, autuados e multados por ecojihaditas que se revesavam entre organizações NÃO governamentais, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério Público. Ora num, ora noutro um sem número de ecotabilibãs cavucaram um abísmo entre quem trabalha e produz no Brasil e a proteção ambiental em imóveis rurais privados. O ambientalismo no Brasil virou um culto de fetichistas do Comando e Controle.
Aí, depois um grande debate, o Poder Legislativo reformou um texto cuja redação era dada por ato do Poder Executivo e cultivou um processo de reaproximação entre os produtores rurais e a proteção ambiental.
O desmatamento ilegal na Amazônia caiu mais de 80% (os ambientalistas diziam que iria aumentar) e mundo rural hoje fala francamente em recuperação florestal (os ambientalistas falavam em anistia) e intensificação da produção como forma de produzir mais sem ampliar a área. É um processo novo e tênue, como um bebê que precisa de cuidados para crescer forte e saudável.
Mas o que fazem os ecojihadistas?
Fazem o contrário. Continuam seu combate (eco)santo contra o demônio do agronegócio latifundiário exportador. Continuam a exercer seu fetiche pelo comando e controle. Continuam cegos ao mundo novo do incentivo ao comportamento adequado.
O Ministério Público de Minas Gerais, que já era um dos mais duros combatentes desse guerra moral antes da reforma da lei, conseguiu que o Superior Tribunal de Justiça declarasse parte do novo texto inconstitucional. Seus emepéios, que já admoestavam publicamente os produtores rurais mineiros com as regras velhas, recrudesceram o combate. O Ministério Público Federal questiona o novo Código Florestal na Suprema Corte.
As ONGs, em que pese terem perdido o discurso (e a fonte de renda) com a reconciliação do agro com o eco, continuam suas perorações fantasiosas sobre aumentos inexistentes na destruição da Amazônia.
A guerra entre produtores rurais e a proteção ambiental sempre foi muito lucrativa para as ONGs e seus ambientalistas de ar condicionado. Sem o demônio do agro para combater os ambientalistas jamais teriam convencido as fundações e organismos internacionais a derramarem a grana que pagou por décadas bons salários em organizações como o Imazon, Ipam, TNC, WWF, Greenpeace e companhia ilimitada. A paz entre o agro e o eco deixou boa parte delas em estado pré falimentar.
O Ministério do Meio Ambiente é um caso a parte. A alta cúpula do MMA, que ao contrário das ONGs não depende da grana das fundações internacionais, entendeu que ter o produtor rural como aliado é melhor para o meio ambiente do que tê-lo como inimigo. Boa parte dos técnicos do MMA trabalha com esse espírito, mas aqui e acolá alguém pisa no tomate.
No ultimo mês de maio, quando o prazo do CAR chegava ao fim e precisaria ser renovado por ato do Ministério do Meio Ambiente, alguns burocratas entenderam por bem ameaçar os produtores rurais afirmando que o prazo não seria renovado. Queriam com isso aterrorizar os produtores para que eles corressem para fazer seus cadastros. Aterrorizar produtor rural é prática do velho espirito ongueiro pai da cizania entre o agro e o eco.
Agora aparece um Diretor do Ibama dizendo em um vídeo institucional do Governo que o CAR revolucionará a fiscalização ambiental que será feita por unidade produtiva e sem sair do escritório. Veja aqui. Outro burocrata pisando no tomate. Como se já não bastasse toda sorte de ecopicaretas jogando contra a aproximação entre o agro e o eco.
Atenção Sr. Luciano Evaristo, vai aqui um media training de graça: Não diga em público que o CAR revolucionará a fiscalização ambiental.
Escreva isso cem vezes no quadro negro:
- Jamais direi em público que o CAR revolucionará a fiscalização ambiental.
- Direi em público que o CAR tornará possível que o agronegócio mostre ao mundo o que tem feito para a proteção do meio ambiente no Brasil.
- Direi em público que o CAR mostrará, não apenas o passivo, mas também os ativos ambientais do agronegócio brasileiro.
Eu penso, e isso é uma opinião muito pessoal, que o Ibama deveria ter os ecotalibãs expurgados de seus quadros. Alguém deveria acabar com o Estado Ibamico. Ser ecojihadista no Ibama deveria ser considerado um ato ilegal contrário aos princípios básicos da Administração Pública, cometido por agente público, durante o exercício de função pública. Ou seja, improbidade administrativa ecológica.
Você sabia que um fiscal do Ibama atirou e matou um garoto que caçava aribaçãs no Rio Grande do Norte? Veja aqui: Ambientalismo e Humanismo: o antagonismo insuspeito
Já escrevi aqui no blog um texto, que aliás é um dos mais lidos e acessados da página (Veja aqui: Novo Código Florestal não proíbe recuperação de APPs), no qual afirmo que o novo Código Florestal é uma oportunidade para que o fiscal do Ibama e os ambientalistas mudem a postura no trato com os produtores rurais. Se antes, como ainda hoje, o Ibama vai aos imóveis rurais portando armas de fogo e talonários de multa, com helicópteros e escolta policial; no futuro, os fiscais deveriam chegar nos imóveis rurais como chega um extensionista, um parceiro da atividade, não mais um boçal moral arrogante.
Sei, porém, que é longo o caminho para a substituição do fetiche do Comando & Controle pela cultura do incentivo ao comportamento socialmente adequado. Para que se construa de fato a paz entre o agro e o eco muitas árvores ainda serão plantadas e muitos ecólatras ainda precisarão ser re-educados. Eis aqui uma modesta contribuição.
Veja também:
"Sem sair do escritório": Ibama promete usar o CAR para revolucionar a fiscalização e a punição de produtores rurais....
Posted by Código Florestal on Segunda, 14 de dezembro de 2015
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