Vai, vai, foguetinho: TAC da carne subiu no telhado


O Ministério Público Federal (MPF) divulgou nesta terça-feira (12) o resultado da segunda leva de auditorias dos primeiros Ternos de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne no Pará. Esses relatórios são uma ferramenta de acompanhamento das ações dos frigoríficos para o cumprindo dos TACs, assinados sob pressão do MPF. Pelos termos, os frigoríficos comprariam gado de áreas desmatadas ilegalmente. Cerca de vinte frigoríficos do Pará realizaram auditorias, que encontraram irregularidades em 6,25% das cabeças de gado adquiridas.

No evento de apresentação do resultado, chamou a atenção o choramingo do Procurador Daniel Azeredo, um dos principais responsáveis pela formulação do TAC, em 2009: “Nenhuma empresa hoje que compra da Amazônia pode dizer que não tem gado vindo de desmatamento em sua atividade produtiva (…) Nenhuma empresa frigorífica e nenhum supermercado também”. Dizem que havia uma lágrima no cando de um dos olhos úmidos dele.

Segundo Azeredo, existem três formas de brechas que fogem ao controle da própria auditoria e do MPF. Uma delas é a questão dos fornecedores indiretos. Normalmente, um mesmo animal passa por diversas fazendas ao longo da vida, nas fases de cria, recria e engorda. O frigorífico, no entanto, confere apenas a conformidade ambiental da última fazenda, de onde o boi sai para o abate.

É justamento por conta deste problema que as ONGs estão bolando uma forma de usar as Guias de Trânsito Animal. Este blog já explicou porque isto também não vai funcionar no post: Eram os ambientalistas idiotas: Uma notificação extrajudicial a eles dirigida

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A segunda brecha são as retificações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), um documento autodeclaratório assim como as GTAs. É possível, por exemplo, que o proprietário venda a parte embargada do seu imóvel e modifique seu CAR para deixar de fora a área vendida, e assim evite que a fazenda seja bloqueada pelos sistemas de monitoramento dos frigoríficos. A última brecha exposta pelo mimimi de Azeredo é a lavagem ou esquentamento do gado, quando o animal criado em uma área irregular é vendido como se tivesse saído de uma área “limpa”.

Quando os TACs foram assinados, em 2009, todo mundo que conhece o mundo real sabia que essas coias iriam acontecer. Os meninos e meninas do Ministério Público e das ONGs não sabiam por vivem no mundo da lua.

Imagem de Karin Laurila por Pixabay

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