O Governo alemão descartou a liberação da verba para a Amazônia suspensa em agosto. A negativa do governo em Berlim foi divulgada no último sábado (25/01) pela agência de notícias alemã DPA, depois de o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, admitir aceitar dinheiro de países ricos para a preservação da região.
Um porta-voz da ministra alemã do ½ Ambiente, Svenja Schulze, reiterou que os repasses suspensos ano passado continuam congelados e que, para haver uma retomada, é necessário "que desenvolvamos uma percepção comum sobre o que é necessário nas áreas de proteção climática e de biodiversidade". Mas, de acordo com a ministra, "estamos ainda muito longe disso".
"A política do governo brasileiro na Região Amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento", completou Schulze, em entrevista publicada em 10 de agosto pelo jornal alemão Der Tagesspiegel.
Na quinta-feira, em entrevista à Globonews, o vice presidente, Hamiltom Mourão admitiu precisar dos recursos dos países ricos. Mourão deve chefiar o Conselho da Amazônia, cuja criação foi anunciada nesta semana por Bolsonaro. O grupo deverá coordenar ações de diversos ministérios para "proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia".
Visões distintas para o futuro da Amazônia
O interesse da Alemanha na Amazônia é diferente do interesse brasileiro. O dinheiro alemão fluía via Fundo Amazônia para projetos de ONGs. Essas ONGs atuam na Amazônia asfixiando a economia local como forma de proteção da floresta.
Isso porque a economia da Amazônia é tipicamente de fronteira. Dinamismo econômico implica em desmatamento. Nesse contexto, as ONGs atuam asfixiando a economia, em grande medida, financiadas por recursos do Fundo Amazônia (Alemanha não é o único, nem o maior doador do fundo).
O interesse do governo brasileiro diverge do interesse alemão. Ao Brasil interessa desenvolver a economia da região em bases diferentes da atual de maneira que mais desenvolvimento não implique em mais desmatamento. As ONGs e, por tabela, alemães e noruegueses, não acreditam que isso seja possível. Por isso negam os recursos.
Mourão precisará de um discurso bem construído e bem embasado para convencer os países ricos de que é possível desenvolver a região sem desmatamento e isso acontecerá mais fácil e rápido se for financiado com recursos estrangeiros. Se os países ricos não mudaram de posição é MELHOR mesmo dispensar os recursos.
Com informações da DW e imagem de Antonio Cruz/ Agência Brasil
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