Veja aqui um guia para monitoramento de fornecedores indiretos sem GTA


Um grupo de ambientalistas adquiriu a ideia fixa de que é necessário monitorar a cadeia de fornecimento de gado dos frigoríficos. Isso porque eles forçaram a indústria de processamento de carne da Amazônia a comprar apenas de fazendas sem problemas ambientais, mas o esquema não deu certo.

Escrevi sobre isso aqui. Os fornecedores que tinham problemas ambientais transferiam os animais para outro fornecedor que não tinha e este última fornecia aos frigoríficos.

Como se não bastasse a estultice de transferir a fiscalização contra o desmatamento da Ibama para os frigoríficos, os ambientalistas tiveram então outra ideia equivocada: A solução seria rastrear os animais ao longo de toda a vida.

Para tanto, hackearam os servidores do Ministério da Agricultura e fizeram download não autorizado de milhões de Guias de Transito Animal (GTAs). Depois desenvolveram um sistema chamado Visipec para que os frigoríficos possam acessar e ver, por meio das GTAs, de quem o seus fornecedores diretos recebem animais. Caso haja uma inconformidade na cadeia de fornecimento, cliente seria excluído da lista de fornecedores do frigorífico.

Parece bacana, não parece?

Mas não é.

A principal razão é o uso das GTAs fora do sistema de vigilância sanitária. As guias são declarações feitas pelos produtores rurais junto as agências estaduais de vigilância sanitária. Em caso de uma emergência sanitária como um susto de febre aftosa ou uma caso de encefalopatia espongiforme, as agências podem tomar decisões rápidas para isolar e evitar o agravamento do problema.

Quando as ONGs começarem a usar as GTAs para excluir produtores rurais da lista de cliente dos frigoríficos, os produtores começarão a mentir nas declarações para fugir da exclusão. Se houver uma emergência sanitária, as agências não teriam mais como controlar o problema. Nesse caso, toda a pecuária brasileira sairia perdendo por conta do fechamento dos mercados internacionais ao produto brasileiro.

É por essa razão que o Ministério da Agricultura e os órgãos ambientais de controle sanitário consideram que as GTAs são sigilosas.

As ONGs conhecem esse risco, mas não ligam. Elas não se importam. Como eu disse, eles estão com a ideia fixa de usar as Guias no Visipec. Além disso, se houvesse uma emergência sanitária descontrolada no Brasil seria bom para nossos concorrentes diretos. O maior deles é os Estados Unidos, país de origem de pelo menos uma das ONGs por trás desse esquema.

Mas existem várias outras formas de monitorar fornecedores indiretos sem usar as Guias de Trânsito Animal. Quando eu comecei esse post a ideia era justamente sugerir uma forma alternativa de fazer esse monitoramento sem esculhambar o sistema nacional de vigilância sanitária. Mas eu mudei de ideia. Não vou dar colher de chá pra malandro. Se a NWF me pagar um ano e meio de salário do Beduschi quem sabe eu publique esse esboço.

Leia tudo o que já publicamos sobre o Visipec e o monitoramento de fornecedores indiretos: Eram os ambientalistas idiotas: Uma notificação extrajudicial a eles dirigida

Vou dar apenas uma dica postando um link para um texto publicado neste site em abril de 2012: Como ir além do que exige o novo Código Florestal. O princípio é mesmo.

Imagem de Tumisu por Pixabay

“Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.”

Comentários