Jornalista que ignora, informa ou desinforma?

Marrom e verde
Leia abaixo uma síntese feita pela jornalista Célia Froufe da Agência Estado sobre o imbroglio do Código Florestal:

"De um lado, os ambientalistas defendem regras rígidas para a produção rural, com demarcação de reservas e proibições de plantação em áreas específicas, como encostas de morro e margens de rios. De outro, os ruralistas não querem abrir mão do seu modo de produzir, alegando que sempre atuaram dessa forma."

A repórter esmerilha um dos muitos clichês que assombram o debate do Código Florestal: nobres ambientalistas defendendo o meio ambiente indefeso e a sociedade de ruralistas arcaicos e cúpidos. Isso está longe de ser um descrição sequer próxima do problema real. O que a repórter chama de "seu modo de produção" é igual no mundo inteiro. O que o Código Florestal faz é onerar o produtor brasileiro que, tendo uma obrigação que nenhum outro produtor do mundo tem, perde competitividade.

Clique aqui e aprenda mais sobre o problema do Código Florestal.

Mais isso é menos importante nesse episódio. A qualidade da informação do texto de Célia Froufe, que foi publicado pela Agência Estado, é um dos grandes responsáveis pela confusão em que estamos todos metidos agora. A sociedade vem sendo (des)informada sobre esse tempo há décadas. Os ambientalistas tiram proveito disso. A maioria dos jornalistas entende pouco do assunto e tende a confiar no que diz o pessoal das ONGs, afinal eles são gente do bem.

Terminam os jornalistas a passar o ponto de vista dos verdes como verdade e o resto como esperneio. Vide por exemplo os textos de Mirian Leitão da Globo, Claudio Ângelo da Folha, Andreia Fanzers do OECO, são todos comprometidos. O engajamento mata a isenção.

Comentários

Luiz Henrique disse…
Enquanto tivermos uma sociedade desinformada, não se melhora o jornalismo e enquanto não se melhore o jornalismo, teremos uma sociedade desinformada.
Luiz Prado disse…
Há casos e casos. Em alguns, jornalistas jovens e mal pagos que "gostam de meio ambiente" acabam cobrindo o setor. Em outros, jornalistas arcaicos e que desejam "ficar bem na fita", como Miriam Leitão. Já O Eco... bem, aí não se formam exatamente jornalistas, mas partidários a priori de um ponto de vista.
Anônimo disse…
É o velho maniqueismo !!

Os bonzinhos contra os malvados.
Os partidários das ONGs vestiram a tanguinha e a capa de super heróis e querem sair por aí voando para defender a humanidade (ou seja, os seus interesses !!!)

É a esperteza de uns que motiva a ingenuidade de muitos!