Índios estão vendendo a Amazônia para empresas multi nacionais. ONGs fingem que não vêm.

Marcelo Cinta Larga recebe do representante da empresa Viridor as chaves de uma das caminhonetes em voto divulgada no site da Empresa.
O Estadão mostra hoje mais um negócio de venda da Amazônia feita por índios e empresas estrangeiras. O texto mostra um cacique cinta-larga, com o rosto pintado, recebendo as chaves de duas caminhonetes - como seus antepassados recebiam miçangas e espelhinhos - em troca da assinatura de um termo de compromisso com a Viridor Carbon Services.

A reserva dos Cinta-Larga está sobre a maior reserva de diamantes do planeta. Por ser ilegal minerar em terras indígenas o Brasil não pode explorar essa riqueza oficialmente. Apesar de possuir a maior reserva no mundo, as exportações de diamantes do Brasil são irrisórias. Quase tudo o que sai, sai no mercado paralelo deixando na esteira apenas um rastro de violência, sem ganho social algum.

Os territórios dos cintas largas somam 2,7 milhões de hectares, ou 18 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Não é a primeira etnia indígena a vendar parte da Amazônia para empresas estrangeiras. Por US$ 120, os mundurucus venderam direitos de acesso ao território indígena e sobre benefícios da biodiversidade.

“Eles investiram as caminhonetes para a gente fazer a consulta (aos índios) e o diagnóstico. É um investimento de risco para eles”, disse Marcelo Cinta Larga por telefone. Logicamente que é do interesse das empresas que os índios façam a consulta bem felizes com seus novos brinquedos.

“Eles não chegaram a pressionar, nosso território é polêmico por causa do garimpo de diamante”, contou. “A gente sabe que é uma questão nova, então resolvemos não fazer o projeto nos 100% do território cinta-larga”, justificou o cacique dizendo que está vendendo apenas parte do território e não o território inteiro. Ainda segundo o Estadão, o site da empresa que comprou trás outra informação: a de que o negócio envolve toda a reserva.

Para além das duas pick-ups.

O cacique cinta-larga trabalha na avaliação da reserva. Segundo ele o levantamento da madeira disponível para manejo florestal no território indígena, assim como a presença de plantas medicinais no território definirão o valor final do negócio. “O potencial mineral não entra no levantamento”, insistiu ao Estadão o engenheiro florestal Tiago Lovo, contratado para a tarefa. Os índios pretendem vender a reserva sem incluir no contrato o valor dos diamantes.

Veja a reportagem completa no Estadão: Cacique troca compromisso de venda de crédito de carbono por caminhonetes

Veja o que este blog já publicou sobre isso: Índios venderam parte da Amazônia para empresa irlandesa por US$ 120 milhões

Comentários

Ana disse…
É para isto que querem aumento de terras indígenas? Para darem aos estrangeiros a preço de banana?