José Serra e a Reserva Legal

Caros, não tive tempo de fazer uma análise cuidadosa da resposta dos presidenciáveis às perguntas das ONGs sobre o Código Florestal. Mas vejam essa pérola. Quando perguntado se imóveis rurais privados deveriam manter Reserva Legal, José Serra respondeu:

“Nós consideramos fundamental manter e, quando for o caso, recuperar as matas ciliares nas propriedades rurais, especialmente aquelas que protegem nascentes de água; são essas áreas de biodiversidade próximas de recursos hídricos que prestam serviços ambientais mais relevantes. Unidades de conservação mantidas pelo poder público também são essenciais em uma política de proteção da biodiversidade e do patrimônio ecológico de um país.

Os agricultores não podem ser encarados como vilões, eles precisam ser compreendidos numa visão histórica, convencidos a mudarem seus comportamentos e sua cultura produtiva, tornando-se parceiros da defesa ambiental."

José Serra.


Interpretem vocês, mas eu entendi que Serra é a favor das APP, mas deixou em aberto sua posição sobre as reservas privadas. Parece ser o mesmo posicionamento defendido aqui no blogg. Assim que tiver tempo farei melhor análise das respostas dos candidatos. Em breve aqui no blog

Faça aqui o download e veja você mesmo.

Comentários

Luiz Prado disse…
No que se refere à legislação ambiental, Serra me parece o maior risco (para não falar da insuportável Marina Silva, uma espécie de Tirica, a opção de mero protesto). Isso porque traria de volta a turma de São Paulo, aquela responsável pels infindáveis MPs de FHC que tornaram o Código Florestal nesse emaranhado de asneiras que aí está.
Na resposta à pergunta 1

"Consta do relatório aprovado pela Comissão Especial do Código Florestal que, quem desmatou ilegalmente antes de 2008, será anistiado. O senhor é favorável ou contrário a esta proposta? Por quê?"

O Serra afirma:

“Nós somos contrários à anistia para desmatadores, embora devemos admitir que até 2001 a Medida Provisória que regulava a matéria ainda poderia ser alterada, indicando ser essa data mais apropriada para os termos de recuperação ambiental que a lei deverá estabelecer.”

Ora, a medida provisória estabelece maiores percentuais para a Reserva Legal. Se ele é contrário à anistia para quem desmatou a Reserva Legal significa que ele vai manter a Reserva Legal nos termos da Medida Provisória.

Quanto à conversa de “entendimentos” podem esquecer, pois o Serra não escuta ninguém e é autoritário como já mostrei antes neste blog.

Na resposta à pergunta 3:

"A senhora considera legítima a necessidade de se preservarem áreas de floresta em imóveis particulares para garantir a manutenção dos serviços ambientais ou acredita que só caiba ao Estado conservar estas áreas? Por quê?"

A Dilma afirma:

“Trata-se de uma determinação constitucional. O artigo 225 da nossa Constituição estabelece que a preservação é tarefa de todos. Os deveres de fiscalização do Estado não eximem os cidadãos do controle e da cooperação no cumprimento da lei. O desenvolvimento sustentável implica também a solidariedade e a cooperação. Não podem apenas alguns pagar para o benefício de todos. É a solidariedade que justifica, por exemplo, o pagamento, pela sociedade como um todo, dos serviços ambientais. Um imóvel particular não é uma porteira fechada aos interesses comuns: ali não podem proliferar insetos que levem a doença para todos ou serem destruídas nascentes de rios que vão servir também a todos. Mais que uma obrigação, é também do interesse do proprietário esta preservação. As áreas de reserva legal e de preservação permanente são um benefício também para o produtor rural, pois delas depende a saúde da propriedade, das nascentes, dos rios, da preservação das matas ciliares.”

Ela assume , "O PAGAMENTO, PELA SOCIEDADE COMO UM TODO, DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS", o que me parece ser o caminho mais correto.


Vinícius Nardi, por uma Preservação e Ocupação Justas, Sustentáveis e Eficientes
Ana disse…
Parece que em matéria de escolha de candidatos no tocante ao meio ambiente,a visão é semelhante entre os dois, com pouca alteração. Estamos no mato sem cachorro. Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come!E agora, José?