O ambientalismo irresponsável do Greenpeace: A guerra contra a empresa brasileira JBS

Na semana passa, véspera da Rio+20, a ONG internacional Greenpeace divulgou um relatório no qual acusa o grupo JBS de comprar animais oriundos de fazendas que desmatam a Amazônia e usam trabalho escravo. O grupo brasileiro JBS é o maior produtor de carnes do mundo. Em função da denúncia da ONG oito multinacionais clientes da JBS na Europa (Adidas, Tesco, Clarks, Ikea, Princess, Sainsbury's, Asda e a Sligro Food Group) cancelaram ou desistiram de renovar seus contratos com a empresa brasileira. Era mentira do Greenpeace. As acusações eram falsas. Este post mostrará mais uma farsa do Greenpeace.

Não é a primeira. Já mostrei aqui outra mentira que o Greenpeace lançou na mídia internacional como se fosse veradede sobre a extração de madeira na região de Santarém (Relembre: A grande farsa do Greenpeace). O entrevero com o JBS é apenas mais um exemplo da forma como a grande ONG esconde interesses inconfessáveis sob o manto de absolutismo moral da defesa do meio ambiente.

Em outubro de 2009 executivos das quatro maiores empresas brasileiras de abate e processamento de carne e couro, entre elas a JBS, assinaram com o Greenpeace um compromisso público de não aceitar gado de fornecedores envolvidos com o desmatamento da Amazônia. A reunião aconteceu na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Veja parte da reunião no vídeo abaixo:


Quatro meses antes, em mais um de seus relatórios cheios de sofismas, a ONG havia acusado a indústria da pecuária brasileira de ser o principal responsável pelo desmatamento no bioma amazônico. A celeuma internacional criada pela denúncia da ONG levou o Ministério Público a entrar com uma ação civil pública contra a compra de gado da região Amazônica. Do dia para noite, por causa de uma peça publicitária travestida de relatório científico, milhares de brasileiros que foram instados no passado a ocupar a Amazônia através da pecuária, ficaram sem ter para quem vender seu produto.

Diante da pressão coordenada do Ministério Público (MP) brasileiro de processar os frigoríficos e da ONG estrangeira de difamar o setor junto aos consumidores internacionais do produto brasileiro, as empresas, aos poucos, temendo perder mercado, capitularam uma a uma e aceitaram as condições do Ministério Público e do Greenpeace.

O JBS foi a empresa que mais resistiu ao terrorismo moral dos ecólatras. Mas em 2009, na reunião do vídeo acima, a empresa cedeu. Aceitou prazos para cadastrar todas as fazendas fornecedoras de animais e se comprometeu a cruzar informações das fazendas cadastradas com o monitoramento do desmatamento da Amazônia feito pelo Inpe; aceitou que o Greenpeace "ajudasse" na fiscalização e rejeitou publicamente a compra da animais de fazendas que estivessem dentro de terras indígenas, que tivessem na lista de trabalho análogo à escravidão do Ministério do Trabalho e Emprego ou de áreas embargadas pelo Ibama.

Da assinatura do termo com a ONG até hoje o JBS cadastrou mais de 30 mil fazendas e barrou compras em pouco mais de 600 (2%) delas por enquadramento nas situações "irregulares" listadas no acordo. O frigorífico deixou de comprar animais de 308 estabelecimentos por "indícios de desmatamento". Reparem bem: por indícios. Na Amazônia basta uma ilação para criar um culpado. Mais de 4 mil animais foram recusados só no ano passado. "Checamos se a propriedade está embargada pelo Ibama, se tem problemas com Ministério do Trabalho, três vezes: na hora da compra do gado, recebimento do animal e no abate," explicou o diretor de exportação de produtos industrializados da JBS Mercosul, Alexandre Almeida.

Não entrarei aqui no mérito da atitude do frigorífico de barrar a compra de gado de alguém que não foi judicialmente condenado por absolutamente nada sendo, portanto, inocente. Vou dar de barato para focar na evidência de que o frigorífico vinha fazendo um grande esforço para cumprir o acordo feito com os emepéios e o Greenpeace.

Ocorre que o sistema de monitoramento do JBS, diga-se: construído junto e em acordo com o Greenpeace e o Ministério Público, tem falhas. O sistema se baseia apenas em uma coordenada geográfica, em geral da sede do imóvel. Nem todos os imóveis cadastrados têm seu perímetro conhecido. Isso torna tecnicamente impossível afirmar com correção se um ponto de desmatamento detectado próximo da coordenada do imóvel esteja dentro ou fora dele. Esse é um problema técnico e crônico no Brasil. Nem o Incra, órgão oficial que possuiu o Sistema Nacional de Cadastro de Imóvel Rural (SNCR), tem essas informações. Embora falho, o sistema do JBS tem as melhores informações de monitoramento que qualquer empresa poderia ter de seus fornecedores, melhor até do que os sistemas do Estado.

Mas o esforço da empresa brasileira não foi suficiente para a ONG intencional. Bastou nos aproximarmos da Conferência da ONU Rio+20 e a molecada do Greenpeace enxovalhou novamente o JBS, a maior empresa de carnes de mundo, junto aos consumidores internacionais do produto brasileiro.

A ONG lançou outra peça de publicidade com o título “JBS – Reprovada: Como a maior empresa de carnes do planeta continua massacrando a Amazônia”. De acordo com as informações da ONG que circulou pelo mundo sem verificação a peça "mostra como fazendas irregulares na Amazônia fornecem seu gado aos matadouros da JBS, que, por sua vez, vende a carne do abate a empresas de processamento. Dessa forma, produtos derivados de carne de procedência duvidosa chegam às prateleiras dos supermercados em todo o mundo." Foi circular a peça publicitaria da ONG e os compradores internacionais da carne brasileira suspenderem os contratos.

O "relatório" do Greenpeace é cheio de erros. A meninada da ONG, no afá de produzir a peça publicitária a tempo de fazer o estrago na Rio+20, abusou da sofismologia habitual. Na peça o Greenpeace acusa o JBS de "fazer pouco mais do que apenas seguir a lei brasileira". Assim mesmo, aspeado. São palavras da ONG. O Greenpeace acusou o JBS de cumprir a lei brasileira indo até um pouco além.

Veja a peça publicitária (belíssima, aliás. Eles devem ter gastado um punhado de dólares na confecção da peça):


O JBS respontou por meio de nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários que “as informações do relatório são falsas, enganosas, incorretas e induzem a sociedade a uma conclusão equivocada sobre a realidade." Diz a nota:

  • Sobre a aquisição de gado das fazendas Vento Sul, Muiraquitã e JK Pneus, a empresa diz que as propriedades não aparecem na lista de restrições do Ibama.
  • A empresa diz também que a última compra realizada da Fazenda Flor da Mata foi em 15 de julho de 2011, quando a fazenda não constava na listagem do Ibama, o que se deu apenas em 02 de dezembro de 2011.
  • Sobre a Fazenda Tesouro Vienense, a última compra realizada pela JBS desse fornecedor foi no dia 25 de novembro de 2011, quando a fazenda também não estava na listagem, o que aconteceu em 28 de dezembro de 2011.
  • Sobre a Fazenda Pantera, a empresa diz que ela não está dentro da Terra Indígena Apyterewa, como alegado, mas situada a 339,15 quilômetros de distância da divisa dessa reserva.
  • No caso da Fazenda Santa Rita de Cássia, acusada pelo Greenpeace de aquisição de gado de propriedade com mão de obra análoga à escravidão, a empresa afirma que a fazenda, localizada no município de Juara (MT), é de propriedade de Antônio Carlos Rangel de Almeida e não do senhor Fabiano Queiroz, conforme citado. “O senhor Antônio Carlos Rangel de Almeida não consta na lista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A propriedade do senhor Fabiano Queiroz, citado no relatório, tem o mesmo nome (Santa Rita de Cássia), porém está localizada no município de Nova Monte Verde, no Mato Grosso, e encontra-se bloqueada na lista de fornecedores da JBS”.
  • Sobre a Fazenda Panorama, a propriedade não consta no cadastro de fornecedores da JBS.
  • Em relação às outras nove fazendas mencionadas no relatório da ONG apontadas como localizadas na Terra Indígena Marãiwatsede, a companhia tem os pontos georreferenciados dessas propriedades localizados fora da área da reserva.
Veja a nota do JBS afirmando acusações feitas pelo Greenpeace são falsas e enganosas:
O Greenpeace admite ter se “equivocado” com as fazendas Tesouro Vienense e Vento Sul, mas continua sustentando as acusações contra o JBS.

A empresa afirma ainda que entrará na justiça contra o Greenpeace. Eu acho que quem deveria entrar no justiça contra o Greenpeace era o Estado brasileiro. O que eles fizeram não é danoso apenas ao JBS, mas à sociedade brasileira como um todo. Imaginem se uma ONG brasileira fizesse uma patacoada dessas com uma empresa norte americana ou inglesa?

Em tempo, o Greenpeace age certo de que ninguém vai checar as informações que ele divulga. Ademais, mesmo que alguém verifique e constate a mentira, o estrago já estará feito e ninguém dará o mesmo espaço no mídia para a correção da informação equivocada. A ONG sabe que os jornais aceitarão como fato qualquer coisa que ela inclua numa peça publicitária como essa contra o JBS, mesmo que sejam apenas sofismas. Eles sem se preocupam mais em burilar a mentira.

Esse episódio oferece à sociedade duas oportunidades. A primeira é a de constatar que não vale a pena fazer acordo com moleque. Apesar dos esforços do JBS para atender o acordo com a ONG, assumindo o papel de monitorar o desmatamento que deveria ser do MMA, inclusive excluindo do seus cadastros de clientes produtores sem qualquer culpa judicialmente confirmada, a ONG puxou o tapete da empresa fazendo showzinho às vésperas da Rio+20.

A segunda e mais sutil, é a de perceber que ONG não vive de solução ambiental. ONG vive saprofitando problema ambiental. Se não houvessem problemas ambientais, também não haveriam ONGs de meio ambiente. Um problema ambiental a menos é um conta a menos no caixa e entrada de ONGs ambientais. O orçamento de ONGs como Greenpeace, Imazon, etc. é tão maior quanto maior for a preocupação dos seus financiadores com o problema ambiental. Isso obriga as ONGs a remarcar aos seus contribuintes o problema, não a solução. Repare o leitor que o desmatamento na Amazônia em 2011 foi o menor da história. Nunca se desmatou tão pouco na Amazônia como no ano passado e mesmo assim o Greenpeace conseguiu fazer o estrago que fez no JBS com suas ilações.

É por essa relação de saprofitismo que as ONGs têm com os problemas ambientais que a turma da Dona Marina Silva se jogou tão raivosamente contra a reforma do Código Florestal. A eles não interessa a solução do problema das APPs. A eles interessa é o problema. É do discurso fácil de Madre Marina de Xapuri contra os ruralistas de chapéus pretos que os talibãs da clorofila que gravitam em torno de Marina tiram uma merreca de força política.

Acorda, povo brasileiro! Acordem, jornalistas! A luta pela proteção do meio ambiente é importante demais pra ser confiada a esse tipo de molecagem.

Comentários

jerson disse…
a jbs, tem que mandar essa e outras ongs, para a pqp, e começar desmatar e criar gado, já que a molecada não respeitou o acordo, ela não tem que respeitar,
O Greenpeace é um câncer que destrói a nossa produção de alimentos, mas mesmo assim o nosso Governo não o expulsa do País.

Por que não?

Porque simplesmente essa entidade maluca está ligada aos globalistas e tem muita força, daí a tolerância por parte do Governo.

Não entendo que uma mulher como Marina Silva que se diz uma pessoa cristã como eu, se envolve neste esquema global, satânico e sujo que é este movimento ambiental que promete fazer mudanças radicais na agricultura brasileira e no mundo todo.

O objetivo: sustentabilidade.

Porém, uma vez mudada, mesmo com novas tecnologias, não sabemos se a produçao mundial de alimentos conseguirá acompanhar o crescimento populacional mundial, mas se não conseguir, será muito tarde para a comunidade mundial reverter isso, pois a maior parte do poder estará centralizado a um Governo único.
Braso disse…
Esse problema é de Estado, espero que nosso governo tome providencias, o correto é banir o greepace do território brasileiro, ou todos agricultores brasileiros se unirem para um boicote na produção, é uma decisão radical mas a unica luz no fim do túnel.
Luiz Prado disse…
É o "verde-marrom", como na expressão "imprensa marrom", o "ambientalismo de chantagens".
ZE disse…
Deviamos todos dar uma banana a esta ONG e aos frigorificos que aceitam suas imposiçoes. A terra é privada, desmata-se é fora da reserva e pronto. Que vá a m. estes frigorificos e governos que aceitam estes abusos.
ZE disse…
Deviamos todos dar uma banana a esta ONG e aos frigorificos que aceitam suas imposiçoes. A terra é privada, desmata-se é fora da reserva e pronto. Que vá a m. estes frigorificos e governos que aceitam estes abusos.
Ian Suguimati disse…
Essas ONGs só fazem merda mesmo, ai pessoas serias, com dados científicos e pesquisas de uma vida inteira não são levadas a serio, pelo contrario, são taxados de fanáticos e etc...devido a imagem que essa ONG passa do que é "salvar" a natureza.
Qualquer ONG que fala que a Amazônia é o pulmão do mundo, NÃO merece respeito de ninguem.