Instalada Comissão que avaliará Medida Provisória do Código Florestal

Brasília - A comissão especial mista do Congresso Nacional, criada para analisar a admissibilidade da medida provisória do Código Florestal, instalada hoje (5), deve encerrar a analise da matéria até o fim do mês. O cronograma de trabalho, que será apresentado e votado na semana que vem, prevê a realização de audiência pública para ouvir ministros e representantes da sociedade civil.

O relator da comissão, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), disse que buscará a “convergência” entre ruralistas e ambientalistas e considerou normal a apresentação de mais de 620 emendas que propõem mudanças ao texto da medida provisória. Editada no último dia 28, a MP 571 visa preencher lacunas deixadas na Lei do Código Florestal com os 12 vetos e restabelecer dispositivos aprovados no Senado e retirados pelos deputados.

“Vamos lidar com as emendas como fizemos durante a tramitação do código no Senado. Eram 81 senadores e tivemos centenas de emendas. Agora, são 513 deputados e 81 senadores e é normal que tenhamos mais de 600 emendas. Vamos usar a mesma metodologia, buscando a convergência. Pelo que senti pela instalação, há grande possibilidade de se criar um grande consenso na comissão mista a respeito da matéria”, disse o relator.

Para o presidente da comissão, deputado Bohn Gass (PT-RS), a realização de audiência pública será essencial na construção de um acordo. “É importante que a comissão mista abra essa oportunidade para o governo e a sociedade expressarem suas opiniões e, com isso, qualificarmos o relatório que será votado pela comissão”, disse.

O petista ainda defendeu a legalidade da MP, que será questionada no Supremo Tribunal Federal por parlamentares ligados à Frente Parlamentar da Agropecuária. “A Constituição é muito clara. Quando está resolvida a sanção e o veto, é perfeitamente factível a apresentação da medida provisória, portanto está totalmente coberta de constitucionalidade”, disse.

Apesar do tom conciliador do relator durante a reunião de instalação da comissão, ambientalistas e ruralistas demonstraram estar longe do consenso em torno da matéria. O deputado Sarney Filho (PV-MA) criticou as lideranças partidárias por não terem indicados parlamentares, segundo ele, com perfil moderado. “Infelizmente, o que veremos aqui será mais uma tratoração de um determinado pensamento”, disse.

Já o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que foi relator do código na Câmara, criticou a campanha “Veta, Dilma”, promovida por organizações não governamentais e setores ambientalistas.

A comissão especial, formada por 13 senadores e igual número de deputados, vai analisar a admissibilidade da medida provisória. Aprovadas a urgência e relevância, Câmara e Senado terão até o mês de outubro para discutir e votar a medida provisória.

Agência Brasil

Comentários

Braso disse…
Nossas entidades rurais tem que participar do embate, do contrario será aquela palhaçada de sempre.
Carlos A. A. disse…
Para uma agricultura ser sustentável e com alta produtividade não se pode matar e empobrecer os agricultores. Alguns acham que a definição de "sustentável" é tirar terra de quem sabe produzir dar terra para o "sustento" dos sem terras, em que muitos já provaram não serem bons nem nisso. Um presidente tem que oferecer recursos e tecnologia aos seus agricultores para que aumente sua produção e não podá-los e bani-los como um patrão insano que demite seus melhores funcionários.
Carlos A. A. disse…
O Brasil como um todo foi esclarecido da verdade. Até alguns políticos de partidos radicais mudaram de lado. O comentário inteligente dos mais esclarecidos contra os que não entendem nada do agronegócio prevaleceu. As redes sociais e reportagens online mostraram quase por unanimidade os comentários dos internautas a favor dos agricultores que iriam trocar terras produtivas por matas sem ganho extraordinário para a natureza e uma perca radical da parte socioeconômica. Basta ver os comentários rebatendo as reportagens feitas pela Folha "dos contra agricultura".