A turma que trabalha por uma Amazônia sem pecuária. |
Segundo o MPF, "os frigoríficos assumem o compromisso de
comprar matéria-prima apenas de produtores rurais que não cometam desmatamento ilegal, façam a identificação das suas propriedades – por meio de inscrição nos cadastros estaduais existentes – iniciem o processo de licenciamento ambiental e não tenham ocorrência de trabalho escravo, invasão de unidades de conservação, terras indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais (...) Com isso, produtores rurais irregulares ficam excluídos do mercado da pecuária." O acordo por enquanto está sendo proposto nos estados de Mato Grosso e Amazonas, mas o MPF pretende estendê-lo para os demais.
Como se nota, a prioridade é riscar do mapa, imediatamente, a pecuária na Amazônia. Ou, pelo menos, eliminar o pequeno produtor, pois não consigo pensar em propriedades pequenas que não tenham desmatamento ilegal e/ou falta de CAR e/ou ausência de "trabalho escravo" - definido como qualquer ambiente de trabalho com qualidade inferior ao dos trabalhadores escandinavos -.
Já a cooperação técnica com a ABRAS inclui um conjunto de generalidades que, na prática, não levam a nada. A associação vai publicar em seu jornalzinho quais são os municípios "verdes", quais são os critérios para uma pecuária "sustentável", bla-etc-bla... quem já leu o jornalzinho da ABRAS?!
A nossa sorte é que o produtor rural brasileiro está se organizando, e começou a entender que consegue influenciar a política pública. Todos nós aceitamos que quem invade área de preservação para criar gado não deve conseguir vender o seu produto; mas sabemos que coisa bem diferente é querer exigir que todos os produtores se adaptem imediatamente à legislação ambiental. Esse processo precisa ser gradativo, e quem sempre carregou este país nas costas é que vai mostrar aos sonháticos como se faz um sonho sair do papel.
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