Após incêndio em Veadeiros, voluntários já esperam a temporada de fogo de 2018


O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros queimou por mais de vinte dias na temporada da incêndios de 2017. O fogo castigou o parque e calcinou mais de 75 mil hectares. A experiência que uniu a inoperância do poder público com o altruísmo da sociedade na busca de apagar o fogo foi resgatada ontem (7/12) em evento no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília.

O envolvimento da sociedade civil foi importante para que o incêndio fosse combatido e deixou uma marca para os gestores da unidade que deveriam ter controlado o fogo com seus próprio meios. “O que fica para a gente é que não existe outra forma de fazer a conservação funcionar sem trabalhar com as pessoas. O fortalecimento do Programa de Voluntariado é uma forma de engajamento e de pertencimento, pois o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros não foi feito para o ICMBio, é feito para a sociedade”, afirma o chefe da unidade queimada, Fernando Tatagiba.

Foi uma verdadeira festa o trabalho dos voluntários e voluntárias com os ambientalistas governamentais do ICMBio. “Este foi o maior evento em que eu estive”, afirma o coordenador de Prevenção e Combate a Incêndios, Christian Berlinck. Segundo Berlinck, a operação na Chapada dos Veadeiros foi histórica.

O Governo Federal, por meio do ICMBio e outros órgãos, gastou mais de 5 milhões de reais para cobrir as despesas com contratos de aeronaves, salários da brigada, diárias, alimentação e combustível.



Além disso, a população local também fez a sua parte. Durante toda a operação, moradores, comerciantes e fazendeiros da região doaram verba para combustível, lanches, água e muito mais.

Rede Contra o Fogo

O fogo não se limitava somente ao Parque. Vários focos surgiram nas adjacências, inclusive em propriedades particulares. Devido a isso, moradores e brigadistas voluntários se uniram para não deixar com que as chamas destruíssem completamente o parque.

A quiropraxista Serena Eluf conta que se envolveu com a operação: “Era voluntária do Parque e fui ajudar com os ajustes de quiropraxia nos brigadistas”. Serena, que reside na vila, diz que logo vizinhos e conhecidos começaram a ajudar. Sua casa, que é próxima ao aeroporto que servia como base de operações, virou a “Central de Apoio”, onde os voluntários organizavam os donativos que chegavam e transformavam os alimentos nos kits de lanches entregues aos brigadistas. Os kits eram complementares à alimentação fornecida pelo Governo Federal.



Logo, os voluntários começaram a arrecadar também equipamentos necessários para as brigadas locais. Assim, a “Rede Contra Fogo”, como foi chamado o grupo, organizou um financiamento coletivo na Internet. Em menos de 24 horas foram arrecadados quase 200 mil reais. “Teve gente que doou de 2 reais a 3 mil reais, ou seja, as pessoas ajudaram com o que tinham no bolso”, conta um dos membros da Rede Contra o Fogo, Ivan Diniz.

“A importância do voluntariado foi a de fazer a ponte entre a sociedade civil e o parque. Com a experiência, aprendemos a aproximar o poder público da sociedade”, resume a analista ambiental Maria Carolina Camargos, gestora do Programa de Voluntariado do parque.

Após os eventos do fogo, a Rede virou uma ONG. Com mais um financiamento coletivo, eles arrecadaram mais de 400 mil reais que serão usados para custear a formação de oito brigadas locais. “O nosso objetivo é formar o maior número de brigadas possível, assim, para o próximo evento, as equipes locais estarão mais preparadas”, explica Ivan.

Imagino que esse pessoal tenha se divertido tanto que já espera que o parque queime novamente na temporada 2018.

Com informações e imagens do ICMBio adaptadas pela equipe de sátiros do blog.

Falando sério, veja aqui a cobertura que o blog vez não apenas dos incêndios em veadeiros, mas em todos os mais de cem parques e unidades de conservação que queimaram na temporada 2017 sem que um grupo tão feliz de voluntários tenha se juntado para ajudar.

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