Se você fosse sincera, Ô ô ô ô, Aurora!

Conheça a proposta do Governo em alternativa ao Relatório de Aldo Rebelo.

A revista Época teve acesso à proposta que o governo vem elaborando em alternativa ao Relatório de Aldo Rebelo. Veja no quadro abaixo uma comparação entre a lei atual, a proposta de Aldo Rebelo e a do Governo. A tabela foi montada a partir da publicação da Revista Época.
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Confesso, caro leitor, que minha paciência anda meio curta para esse tipo de coisa. Tô aqui tomando suco de maracujá e chá de capim santo para ver se fico calmo e faço um comentário ponderado, mas é de veras difícil.

Se o que a Revista Época diz é fiel à proposta do governo o que ela diz é o seguinte: não mudaremos nada no Código Florestal, mas criaremos linhas de financiamento para a recuperação dos passivos.

No fundo o governo não propõe absolutamente nada. Depois de passar 70 anos esperando que os produtores rurais cumpram por sua conta o Código Florestal e os últimos 10 anos exigindo isso, o Governo agora diz que vai dar uma ajudinha com financiamentos públicos. Legal, o governo só não diz de onde virão os recursos nem como esses financiamento vão ser pagos. Também não diz palavra sobre o efeito que a recuperação de "passivos" sobre áreas agrícolas terá na oferta agregada e nos preços dos produtos agrícolas.

O governo ainda não entendeu o drama. Nem poderia. O paradigma atual reza que o Código Florestal é uma lei maravilhosa. Todos os esforços são para fazê-la ser obedecida. Ninguém, e o governo não é ex cessão, percebe os efeitos ruins da lei.

Produtores, os Srs não têm opção. Vão para as ruas. Usem suas estruturas de representação política (sindicatos, federações e confederação) para mostrar ao governo e à sociedade os problemas, os efeitos ruins da imposição do Código Florestal. Clique aqui e entenda o problema.

Comentários

Luiz Henrique disse…
A revista Época só pode estar equivocada, nesta proposta do Governo não existe mudança nenhuma no atual Código e todos os segmentos governamentais dizem que o Código precisa se atualizar, ou mesmo se modernizar, até a presidente diz isso.
Na questão do reflorestamento é dito: “Financiamento publico para os produtores que queiram recuperar seu passivo ambiental”. Se na Lei pode existir os “que queiram”, da margem de existirem os que não queiram, não o financiamento, mas a recuperação do passivo ambiental, acho que esta reportagem da Revista Época esta furada, ou muito mal redigida.
Ajuricaba disse…
Não há equívoco, Luiz.
O governo não está mudando o Código Florestal. Está apenas passando um vaselina nele.
QUANDO UM NOVO CÓDIGO FLORESTAL FOR CRIADO, COM CERTEZA SERÁ MAIS UMA NOVA INDÚSTRIA DE MULTAS IGUAL A QUE VEMOS NO TRÂNSITO DO BRASIL, POIS O CÓDIGO VAI SER "MUDADO" A PONTO DE CONTINUAR PRATICAMENTE O MESMO, DAÍ O CAOS IRÁ IMPERAR E A DITADURA AMBIENTAL IRÁ PERSEGUIR AQUELES QUE ESTÃO TENTANDO PRODUZIR COMIDA E AINDA VÃO SER TACHADOS DE CRIMINOSOS.
Luiz Henrique disse…
Se continuar esta ditadura ambiental eu serei um guerrilheiro como foi a atual Presidente da Republica.
Adonai disse…
Creio que os comentaristas dessa coluna são "urbanóides" e não têm ligação alguma com o "campo". Quem vive o dia-a-dia da agricultura sabe muito bem o que é necessitar utilizar de água para irrigar e passar por toda uma burocracia e mesmo assim, não conseguir ter acesso a água. Também não conhece a dificuldade de ter a exigência de cercar sua A.P.P.-área de preservação permanente, que na legislação não diferencia rural de urbana, e reflorestar com mudas de essências florestais nativas. Interessante que no quadro "comparativo" da revista, não fez menção alguma sobre as APPs urbanas utilizadas atualmente por asfalto, como é o caso das marginais Pinheiros e Tietê. Há, desculpe, só vale para os "caipiras" da zona "rurar", pois senão, teríamos que retirar 100 metros de asfalto de cada margem das marginais para reflorestar com mudas, e na zona urbana não pode não é mesmo urbanóides?
Adonai disse…
Acho interessante os comentários dos "urbanóides". Quem vive o dia-a-dia do campo sabe muito bem o Código Ambiental representa (atraso total). Se você precisa utilizar água do curso d'água para irrigar sua lavoura, necessita de toda uma burocracia que acaba inviabilizando qualquer investimento que justifique a prática da irrigação. Para ter acesso a água lhe é imposto que realize o reflorestamento ciliar, ou seja, que isole a A.P.P.-Área de Preservação Permanente e que planta mudas de essências florestais nativas. Interessante que essa cobrança só vale para os caipiras da zona "rurar", por que? O Código é Nacional e abrange tanto a zona rural quanto a urbana. Então, por que NUNCA se comenta sobre as APPs ou reflorestamentos CILIARES dos cursos d'água dos grandes centros como Sorocaba, Piracicaba, São Paulo em suas marginais Tietê e Pinheiros? Adoraria ver os asfaltos sendo substituídos por reflorestamento ciliar. Seria um ótimo exemplo começar a lição EM CASA, uma vez que a faixa de APP nesse caso é de 100 metros para cada margem. A cidade de São Paulo ficaria MUITO linda. Depois farei mais comentários.
Luiz Henrique disse…
Eu não me conformo com a mansidão do produtor rural, este é esbulhado por todos os lados, desde leis que se dizem ambientais, até chegar em movimentos criminosos que se dizem sociais. Quanto mais nos curvamos mais expomos nosso traseiro; veja o que aconteceu com os arrozeiros de Roraima, aquela decisão foi um dos maiores absurdo já cometido neste país e todos nós ficamos quietos como se o problema do outro não é o nosso, é ai que esta o erro: - A falta de união e a falta de disposição para nos unirmos e reivindicarmos nossos direitos.
Justiça social e Reserva Florestal é obrigação do Governo, é para isso que pagamos nossos impostos, se é um bem de todos, todos devem arcar com seus custos, não apenas um segmento como vem ocorrendo atualmente, somos como um animal de tração que se acostumou com a quaeira nos pescoço e o tapa na cabeça, puxamos não enxergamos do lado e nossa visão à frente é muito curta.
Ana disse…
Boa noite, senhores! Concordo plenamente com os comentários.Pessoas que trabalham em nome do meio ambiente,ocupando um cargo que ganhou, sem entender nada do assunto, nos ditam ordens sobre como nos proceder sobre aquilo que é nossso. Chegamos ao ponto de ter que pedir autorização e pagar ainda por isso, para podermos utilizar daquilo que é nosso? Isso é uma vergonha! Isso é um absurdo! Que país é esse?
Cristina disse…
Acho que seria bom se os deputados e senadores ruralistas se movimentassem em suas regiões, com seu eleitorado, buscando apoio dos sindicatos rurais e colocando a imprensa para participar mais ativamente deste debate. Os "ambientalistas" usam muito de falácias e desmascará-los seria fácil, mas é preciso divulgação. O Canal Rural e o João Batista Olivi promoveram bons debates, mas infelizmente, creio que não atingiu a massa dos telespectadores. Resumindo: Temos que fazer barulho! E assim, quem sabe, ganhar um espacinho no Jornal Nacional, que é ruim, mas tem grande audiência.
Ana disse…
Oi, Cristina! Você tem toda razão!Numa época de CPI em que quanto mais suja a ficha mais é digno de um cargo superior, assistir à tudo isso é encher-nos de indignação.Cenas com dinheiro nas cuecas e meias, são mostradas sem nenhuma censura.Afinal,eles precisam se divertir com o din heiro arrancado em multas de trabalhadores honestos.Cadê o Bóris Casoy ?
Ana disse…
Para deputados e senadores ruralistas que trabalham por nós, solta o canto!


Tecendo a Manhã
João Cabral de Melo Neto

"Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão".