Alguns "cientistas" brasileiros enviaram à revista Science uma carta manifestando preocupação com o Relatório Rebelo aprovado na Comissão Especial e que altera o Código Florestal. Até aí tudo bem. Manifestar preocupações relacionadas à incertezas do parecer de Aldo é uma atitude louvável.
Mas os cientistas foram além dos limites do conhecimento acadêmico e expuseram na carta seus medos ralacionados ao projeto, muitos dos quais não têm a menor fundamentação teórica. A ciência foi corrompida e a Science engoliu.
Como se fazia com as bruxas na idade média, os paracientistas apavorados denunciaram na carta à Science a tentativa de mudança no Código Florestal como um possível mal terrível ligado ao retrocesso a práticas convencionais de destruição ambiental, sobre-exploração de recursos, degradação ambiental e interesses escusos de fazendeiros demoníacos.
Na carta, os quasi-cientistas tecem um rosário de pragas que se abaterão sobre o mundo caso a lei brasileira seja alterada e mentem. Segundo eles haverá extinção em massa, emissões desastrosas de CO2 e destruição de biomas ameaçados. O texo diz ainda que a comunidade científica foi solenemente ignorada na elaboração da proposta de alteração, o que não é verdade.
Por outro lado o texto silencia completamente sobre os conflitos de aplicação da lei, sobre sua disfunção histórica, sobre os incentivos governamentais para o descumprimento da lei, sobre a incapacidade de pequenos produtores rurais de cumprirem a lei, sobre sua total inobservância nos ambientes urbanos.
A ciência brasileira sobre o Código Florestal está nas mão de "cientistas" militantes, gente engajada e, em grande medida, com os vencimentos ligados a projetos de pesquisa financiados por fundações ou ONGs ambientais. A ciência que se faz no Brasil sobre o Código Florestal não é ciência. É apenas algo que parece ciência, mas que a muito tempo deixou de ser.
Também esse problema precisará ser resolvido para que se chegue numa lei adequada, tanto à preservação ambiental, quanto à produção agrícola. Este blogger tomou a liberdade de enviar esta carta ainda na semana passada ao Dep. Aldo Rebelo com recomendações para que ele a responda.
Clique no link abaixo e lei a carta dos para-cientistas em tradução livre:
Lei Brasileira: Reversão Rápida e Completa?
É possível combinar agricultura tropical moderna com conservação ambiental? A agricultura brasileira oferece exemplos marcantes que associam alta produtividade com adequada proteção ambiental (1, 2). Contudo, estas praticas efetivas podem perder espaço para padrões convencionais associados a sobre-explotação de recursos e degradação ambiental. Uma revisão do Novo Código Florestal, o principal marco legal brasileiro relativo a proteção ambiental em terras privadas, ora é submetida a apreciação do Congresso Nacional, com forte tendência de aprovação. A proposta de revisão gera serias implicações a comunidade cientifica brasileira, a qual foi solenemente ignorada na formulação da proposta. As novas regras irão beneficiar setores que dependem da expansão da fronteira agrícola através da conversão de áreas de florestas e cerrados a reduzirão as exigências para recomposição da vegetação nativa ilegalmente suprimida desde 1965. Se aprovada, as emissões de CO2 crescerão substancialmente, invertendo a tendência de redução apontada recentemente em Copenhagen. A rápida análise da relação espécie-área projeta risco de extinção para mais de 100,000 espécies, uma perda massiva que compromete compromissos e metas de conservação da biodiversidade. Os proponentes da nova lei, sabidamente associados a grupos específicos do setor do agronegócio, reclamam da redução de terras disponíveis para a expansão da agricultura, e argumentam que a legislação vigente de proteção ambiental é excessiva e exagerada em função de interesses internacionais capitaneados por organizações não-governamentais ambientalistas. Não obstante, estudos recentes (3) mostram que sem conversão de novas áreas de vegetação nativa, a produção de grãos pode ser ampliada convertendo-se pastagens disponíveis para agricultura e intensificando a produção pecuária nas pastagens restantes. O Brasil apresenta um grande potencial para atingir um desenvolvimento sustentável conservando seu patrimônio biológico único. Embora contestado pelo Ministério do Meio Ambiente e maioria dos cientistas, a combinação de políticos tradicionais, grupos econômicos oportunistas, e poderosos fazendeiros poderá criar uma condição de difícil resistência. A situação é delicada e séria. Sob o risco que paira sobre o Novo Código Florestal o Brasil sofre um retrocesso de meio século, com conseqüências criticas e irreversíveis além dos seus limites.
Jean Paul Metzger, Thomas M. Lewinsohn, Carlos A. Joly, Luciano M. Mentira, Luiz Antonio Martinelli, Ricardo R. Rodrigues
Mas os cientistas foram além dos limites do conhecimento acadêmico e expuseram na carta seus medos ralacionados ao projeto, muitos dos quais não têm a menor fundamentação teórica. A ciência foi corrompida e a Science engoliu.
Como se fazia com as bruxas na idade média, os paracientistas apavorados denunciaram na carta à Science a tentativa de mudança no Código Florestal como um possível mal terrível ligado ao retrocesso a práticas convencionais de destruição ambiental, sobre-exploração de recursos, degradação ambiental e interesses escusos de fazendeiros demoníacos.
Na carta, os quasi-cientistas tecem um rosário de pragas que se abaterão sobre o mundo caso a lei brasileira seja alterada e mentem. Segundo eles haverá extinção em massa, emissões desastrosas de CO2 e destruição de biomas ameaçados. O texo diz ainda que a comunidade científica foi solenemente ignorada na elaboração da proposta de alteração, o que não é verdade.
Por outro lado o texto silencia completamente sobre os conflitos de aplicação da lei, sobre sua disfunção histórica, sobre os incentivos governamentais para o descumprimento da lei, sobre a incapacidade de pequenos produtores rurais de cumprirem a lei, sobre sua total inobservância nos ambientes urbanos.
A ciência brasileira sobre o Código Florestal está nas mão de "cientistas" militantes, gente engajada e, em grande medida, com os vencimentos ligados a projetos de pesquisa financiados por fundações ou ONGs ambientais. A ciência que se faz no Brasil sobre o Código Florestal não é ciência. É apenas algo que parece ciência, mas que a muito tempo deixou de ser.
Também esse problema precisará ser resolvido para que se chegue numa lei adequada, tanto à preservação ambiental, quanto à produção agrícola. Este blogger tomou a liberdade de enviar esta carta ainda na semana passada ao Dep. Aldo Rebelo com recomendações para que ele a responda.
Clique no link abaixo e lei a carta dos para-cientistas em tradução livre:
Lei Brasileira: Reversão Rápida e Completa?
É possível combinar agricultura tropical moderna com conservação ambiental? A agricultura brasileira oferece exemplos marcantes que associam alta produtividade com adequada proteção ambiental (1, 2). Contudo, estas praticas efetivas podem perder espaço para padrões convencionais associados a sobre-explotação de recursos e degradação ambiental. Uma revisão do Novo Código Florestal, o principal marco legal brasileiro relativo a proteção ambiental em terras privadas, ora é submetida a apreciação do Congresso Nacional, com forte tendência de aprovação. A proposta de revisão gera serias implicações a comunidade cientifica brasileira, a qual foi solenemente ignorada na formulação da proposta. As novas regras irão beneficiar setores que dependem da expansão da fronteira agrícola através da conversão de áreas de florestas e cerrados a reduzirão as exigências para recomposição da vegetação nativa ilegalmente suprimida desde 1965. Se aprovada, as emissões de CO2 crescerão substancialmente, invertendo a tendência de redução apontada recentemente em Copenhagen. A rápida análise da relação espécie-área projeta risco de extinção para mais de 100,000 espécies, uma perda massiva que compromete compromissos e metas de conservação da biodiversidade. Os proponentes da nova lei, sabidamente associados a grupos específicos do setor do agronegócio, reclamam da redução de terras disponíveis para a expansão da agricultura, e argumentam que a legislação vigente de proteção ambiental é excessiva e exagerada em função de interesses internacionais capitaneados por organizações não-governamentais ambientalistas. Não obstante, estudos recentes (3) mostram que sem conversão de novas áreas de vegetação nativa, a produção de grãos pode ser ampliada convertendo-se pastagens disponíveis para agricultura e intensificando a produção pecuária nas pastagens restantes. O Brasil apresenta um grande potencial para atingir um desenvolvimento sustentável conservando seu patrimônio biológico único. Embora contestado pelo Ministério do Meio Ambiente e maioria dos cientistas, a combinação de políticos tradicionais, grupos econômicos oportunistas, e poderosos fazendeiros poderá criar uma condição de difícil resistência. A situação é delicada e séria. Sob o risco que paira sobre o Novo Código Florestal o Brasil sofre um retrocesso de meio século, com conseqüências criticas e irreversíveis além dos seus limites.
Jean Paul Metzger, Thomas M. Lewinsohn, Carlos A. Joly, Luciano M. Mentira, Luiz Antonio Martinelli, Ricardo R. Rodrigues
Comentários
"Jean Paul Metzger, Thomas M. Lewinsohn, Carlos A. Joly, Luciano M. Mentira, Luiz Antonio Martinelli, Ricardo R. Rodrigues"
Destes o mais confiavel no que diz é o Luciano M. Mentira.
Naturalistas? Querem preservar tudo para os seus estudos futuros? Nunca vi um desses defendendo que os EUA e a Suiça subscrevam e realmente apliquem a Convenção da Biodiversidade. Sempre foram piratas dessa biodiversidade e sonegam, intencionalmente, o fato de que a ciência conhece, hoje, apenas uma pequena fração das eepécies vivas. E sonegam, também, que os países muito ricos já optaram é por ter bancos de germoplasma das espécies que podem servir de alimentação para o ser humano. Denunciar a Monsanto e a ADM pela padronização do genoma eles não denunciam!
NA VERDADE ESSE ENGAJAMENTO DE CIENTISTAS BRASILEIROS EM MENTIRAS CIENTÍFICAS DE CUNHO AMBIENTALISTA FICOU CLARAMENETE DEMONSTRADO COM A FRAUDE DO AQUECIMENTO GLOBAL, NOI CASO DO INPE, IMAZON, IPAM E OUTROS INSTITUTOS OU UNIVERSIDADES. NÃO HÁ A NECESSIDADE DE ACRESCENTAR MAIS NADA.
Aliás, "poderosos fazendeiros" !!??
Da onde estas criaturas tiram estas idéias? Fazendeiro nenhum tem poder neste país ! Certamente quem usou esta expressão caiu aqui de paraquedas , direto do século XIX, e com o livrinho do Marx debaixo do braço. Se perguntar pra eles quem é o presidente do Brasil, certamente responderão que é Dom Pedro II.
Os "cientistas" do aquecimento global e companhia inventaram estas mentiras e agora não podem voltar atrás, por que senão vão perder os milhões de dólares que receberam para fazer as tais pesquisas, seja na forma de bolsas ou de financiamentos, etc, afora o "prestígio" que adquiriram. Alguns anos atrás ninguém nas cidades se interessava por clima. Com exceção de algum desastre as notícias deste assunto eram solenemente ignoradas !!
Felizmente a ciência é a única forma organização social que tem o poder de desmistificar opiniões, senso comum e "achismos". E se vocês se acham preparados pra alguma coisa, imaginem nós...
Verde e' a nova cor do comunismo.
Nao existe ciência alguma por traz dessas manifestações.. sao ideólogos de esquerda, contra a produção rural, q se utilizam de pseudo ciência para fazer valer seus argumentos.
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