A polícia e os verdes |
O conselho da cidade alemã de Marburg decidiu exigir painéis de aquecimento solar do todos os donos de imóveis na cidade. A medida lançou a população em um debate sobre até onde a proteção ambiental pode interferir nos direitos individuais dos cidadãos. Opositores da medida acusam os verdes locais de estarem se transformado em uma “ditadura verde”.
E em vez de simplesmente incentivar os cidadãos a instalar painéis solares, como fazia antes, o conselho da cidade passou a exigi-los. A ordem, a primeira desse tipo na Alemanha, exigiria painéis solares não apenas em edifícios novos, mas também em casas que já existem e que passam por reformas para adquirir novos sistemas de aquecimento ou precisam de reparos no telhado. Se precisar de reforma terá que se adequar às novas exigências. Uma multa de mil euros, cerca de R$ 2,7 mil, será aplicada em quem desobedecer.
Críticos dizem que a regra constitui um ataque contra o direito de propriedade. O governo regional alertou para o fato de que isso poderia subverter a lei.
Tiro no pé
Götz Schönherr, um proprietário de imóvel em Marburg, usa a energia solar para aquecer a água, o que permite economizar na conta de luz por seis meses do ano, é contra a nova regulamentação.
Schönherr pretendia renovar o isolamento de sua casa, mas, para fazê-lo atendendo às exigências, ele teria que instalar um painel solar maior. Isso custaria para ele cerca de US$ 8 mil. “No meu caso, e acredito que com outras pessoas também acontece isso, simplesmente dizemos ‘bom, então não vamos isolar mais o telhado’”, disse Schönherr”.
Oficiais do governo concordam. “Não temos nenhum problema com o uso da energia solar”, disse Manfred Kersten, porta-voz para a imprensa do governo regional em Giessen, “mas essa foi uma regulamentação mal-feita”.
“Marburg já é líder quando se fala em uso de energia solar, mas eles sempre tentaram convencer a população, em vez de forçá-la”, disse Hermann Uchtmann, político de oposição. É Uchtmann quem acusa os verdes alemães de tentarem impor uma “ditadura verde” e lidera um grupo de cidadãos locais, o Marburger Bürgerliste.
“Não foi uma boa idéia decidir obrigar as pessoas, acho que dessa forma você cria opositores, em vez de amigos da energia solar”, disse Uchtmann. Ele afirmou achar as exigências demasiado invasivas para casas já existentes, especialmente no caso de cidadãos idosos que podem não viver o tempo suficiente para justificar os custos de implantação dos sistemas de energia solar.
“Temos um problema de energia sério com as casas mais antigas”, disse Franz Kahle, vice-prefeito de Marburg, em uma entrevista no histórico edifício da prefeitura. Para realmente avançar, ele disse, um passo dramático era necessário.
“Antes, as instalações solares eram a exceção e a ausência delas era a regra”, disse Kahle. “Queremos atingir uma situação que seja justamente o contrário”. Ele observou que as leis de construção constantemente ditaram o que os proprietários podem e não podem fazer com seus imóveis.
A proposta de Marburg se tornou um modelos para os ecólatras alemães. “O que estamos fazendo em Marburg é bom e avançado”, disse Birgit Simon, vice-prefeita de Offenbach am Main pelo Partido Verde. Ela afirmou ter esperanças que uma coalizão dos partidos de centro-esquerda no parlamento pudesse mudar as leis de construção para fazer com que a regulamentação de Marburg seja sustentável e imitável.
“Em princípio, é uma idéia excelente”, disse Cornelia Janus, 35 anos, que trabalha na universidade. Porém, ela questionou se os custos seriam altos demais e se os edifícios históricos e monumentais seriam protegidos.
“Para uma cidade como Marburg, isso também é muito importante”, ela disse, apontando para as igrejas e o castelo que reina na colina, e que atraem turistas de todas as partes do mundo.
Com informações do G1. A foto é de Marcelo Casal Jr., da Agência Brasil.
Em tempo, vejam vocês que a tentativa dos ecólatras de ditar o comportamento dos cidadãos conforme seu credo do que é correto não é uma particularidade do Brasil. Raparem que eles não ligam para as implicações éticas e morais da decisão, como se todo tirano da história do humanidade não tivesse tentando fazer o mesmo com justificativas diferentes e igualmente populares.
Nosso Código Florestal é muito parecido com a exigência alemã. Em nome do bem a sociedade brasileira foi induzida a impor restrições aos direitos individuais de uma minoria.
Os argumentos em relação ao custo, ao velhos que não terão tempo de recuperar o investimento, de invasão do direito de propriedade, de receito com a possibilidade do custo ser elevado de mais para alguns donos de imóveis, todos se adequam perfeitamente ao nosso Código Florestal.
Esse post é para pensarmos em até que ponto facultaremos aos ambientalistas radicais o poder de usar sua religião para nos impor restrições de comportamento. Todo grande tirano da história da humanidade tinha um discurso popular até que a tirania expusesse seu sorriso amarelo.
Comentários
Quem se recusar a seguir estas "leis" será penalizado e isto já é realidade, basta ler toda a matéria para perceber o perigo que este movimento Gaia representa para todo nós.
Convencer dá trabalho e infelizmente sempre há quem não queira ter trabalho e prefira o caminho supostamente mais fácil da imposição, que, na verdade, funciona ao contrário, criando resistência e oposição.
Sou a favor da energia solar para aquecimento da água e, mesmo aqui no Brasil, o investimento compensa, pois, com a economia nas contas de energia, o sistema se paga em +- 2 anos e depois e só lucro. Além disto, o cidadão passa a usufruir de um banho de melhor qualidade.
Ou seja, além de ser Ecologicamente Correto, também é Socialmente Justo e Economicamente Viável, logo tem todas as condições de ser Culturalmente Aceita por meio da informação e conhecimento.
Além disto, nesta questão da energia, assim como de qualquer produto/serviço, há uma Injustiça Social, pois o consumidor não paga pelo Custo Ambiental – CA.
O justo é que o fornecedor providencie a Análise de Ciclo de Vida - ACV e o CA da energia, que é a soma dos impactos ambientais, diretos e indiretos, causados desde o desmatamento, extração, cultivo, construções, processamentos, transportes, distribuição, etc, etc, até seu descarte final.
É justo que este CA seja incorporado ao preço do produto/serviço. Não é imposto, é custo que hoje, injustamente, não é considerado.
A consideração do CA conscientizará o consumidor e os produtores induzindo o investimento em tecnologias limpas reduzindo o Custo Ambiental dos produtos, reduzindo a devastação, a poluição, o aquecimento global, etc.
Entretanto, alguém vai pagar...
Hoje, aqui no Brasil, este Custo Ambiental está sendo pago pelos Rurais, que estão sendo obrigados a arcar com o custo de manter Áreas Preservadas para compensar o impacto ambiental causado pelo consumismo irresponsável do urbanos.
Ou seja, os Rurais estão pagando pela irresponsabilidade dos Urbanos e isto é uma enorme Injustiça Social.
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