Fundador do Greenpeace explica como as viúvas do comunismo esculhambaram o ambientalismo

Patrick Moore ajudou a fundar o Greenpeace na década de 70 do século passado. Hoje, execrado por seus antigos colegas, Moore se tornou o inimigo número 1 da ONG ambientalista. Em entrevista à revista Super Interessante, Patrick Moore explica como a migração das viúvas do comunismo esculhambou o ambientalismo e porque passou a critar a grande ONG ambientalista que ajudou a fundar. Veja trechos da entrevista com link ao final para leitura da íntegra no site da revista.

Super Interessante: Recentemente, você escreveu: “Fico triste em ver os ativistas ecológicos se equivocando tanto, com informações e prioridades tão erradas”. De fato, às vezes ongs ambientalistas são acusadas de agir politicamente, ignorando a ciência. O que aconteceu?

Patick Moore: Na década de 1980, o movimento ambiental começou a ficar mais extremista. E existem dois motivos para isso. Primeiro, naquela época a maioria das pessoas já aceitava as nossas propostas (dos ecologistas). Então, a única forma de continuar “do contra”, questionando o establishment, era adotar posições mais e mais extremas – eventualmente abandonando a ciência e a lógica. O outro motivo foi o fim do comunismo. Muitos ativistas políticos de esquerda migraram para o movimento ambientalista. Eles aprenderam a usar termos “verdes” para defender seus projetos – que têm muito mais a ver com anticapitalismo do que com ecologia. Em 1985, eu era o único diretor do Greenpeace com formação científica, um mestrado em ecologia. Os meus colegas não respeitavam isso e diziam: “Somos todos ecologistas”.

Super Interessante: E hoje? Como você vê o Greenpeace?

Patick Moore: O Greenpeace influencia muito as políticas públicas. Mas está fazendo mais mal do que bem. Suas campanhas contra alimentos transgênicos, energia nuclear, cloro, criação de peixes em cativeiro e exploração florestal são todas baseadas em medo e desinformação. Eles dizem que querem reduzir o consumo de combustíveis fósseis – mas aí se opõem às principais alternativas, que são a energia nuclear e a hidrelétrica. Eles falam como se fosse possível resolver tudo com energia solar e eólica – o que é claramente impossível.

Super Interessante: Você costuma ser acusado de trair o movimento ecológico, de se vender ao inimigo porque hoje dá consultoria a empresas, inclusive da área nuclear. Você virou a casaca?

Patick Moore: Eu não mudei de lado, pois sempre acreditei que nós precisamos equilibrar as necessidades das pessoas com a proteção do ambiente. O que há de errado em ajudar a indústria a vencer desafios ambientais? Afinal é ela, com seus produtos e serviços, que torna a vida civilizada possível. Al Gore e os líderes do Greenpeace vivem com todos os confortos modernos, mas querem que nós voltemos a uma espécie de era pré-industrial.

Super Interessante: Você é a favor dos alimentos transgênicos?

Patick Moore: Nunca se provou que as plantações geneticamente modificadas façam algum mal à saúde – ou ao ambiente. Pelo contrário, há muitos efeitos positivos, como menos uso de pesticidas, menor exposição do lavrador a produtos químicos, menos erosão do solo. Alguns tipos de transgênicos poderiam acabar com a desnutrição – como o arroz dourado, que incorpora ferro e vitaminas A e E. E essa tecnologia já existe. Mesmo assim, o Greenpeace continua a bloquear a utilização. É um crime contra a humanidade que deveria ser julgado em tribunal internacional. A oposição aos alimentos transgênicos se baseia em ignorância e medo.

Veja AQUI a entrevista completa

Patrick Moore é autor de um livro ainda não publicado no Brasil onde explica seu desembarque e das críticas que faz ao Greepeace. Clique AQUI e conheça o livro.

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Posted by Código Florestal on Terça, 24 de novembro de 2015

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