Greenpeace ataca Marfrig por plano de monitoramento de indiretos


A ONG internacional Greepeace atacou o plano de sustentabilidade do frigorífico Marfrig que tem por base o monitoramento de fornecedores indiretos da empresa por meio das Guias de Trânsito Animal (GTAs). De acordo com a ONG em sua lógica peculiar, o frigorífico já deveria ter feito isso há muito tempo. Portanto, erra em fazer isso agora.

Esta semana, a Marfrig Global Foods, um dos maiores frigoríficos do país, anunciou seu novo programa de sustentabilidade, baseado em ações como monitorar fornecedores indiretos na Amazônia e no Cerrado. O frigorífico pressiona o governo pela liberação das Guias de Transito Animal para dar efetividade ao plano apesar o risco sanitário envolvido.

Clique aqui e veja tudo o que já publicamos sobre esse assunto.

“A Marfrig já quebrou sua promessa de controlar todos os seus fornecedores até o final de 2011, e agora anuncia que vai continuar a expor seus consumidores ao desmatamento e à violação de direitos humanos em sua cadeia de produção por mais 10 anos. Isso é inaceitável!” afirma Adriana Charoux, em matéria publicada no site do Greenpeace.

De acordo com o comunicado da empresa, “até 2025, a meta é atingir a total rastreabilidade da cadeia de fornecimento da Marfrig na Amazônia. Nos próximos dez anos, a empresa deve fazer o mesmo com o Cerrado e os demais biomas, chegando assim ao desmatamento zero até 2030”.

Desde 2009, quando Greenpeace lançou o Relatório A Farra do Boi na Amazônia, as ONGs começaram a chantagear os grandes frigoríficos a excluir de sua carteira de clientes produtores da Amazônia. Quem acompanha o blog conhece bem essa história.

De acordo com o Greenpeace, "campanhas de relações públicas com belos slogans que apenas adiam providências urgentes não são suficientes. O prazo acabou há anos, já estamos jogando na prorrogação, com altas chances de derrota. Não dá para adiar a solução".

O Marfrig e os outros dois grandes frigoríficos do Brasil, vem pressionado o governo a abrir os dados das GTAs para que possam monitorar suas cadeias de investimento sem grandes investimentos. Os frigos acreditam as ONGs pararão de queimá-los junto à opinião pública mundial caso atendam suas exigências.

É um erro infantil. Desde 2008, esse blog alerta para o fato de que não existe acordo possível com as ONGs.

Em 2012, publiquei aqui o post Nascendo errado: JBS cria diretoria para perseguir seus fornecedores onde escrevi o seguinte: "O Greenpeace não quer acordo com o setor rural porque vive do conflito. Cedo ou tarde eles vão arranjar uma desculpa qualquer para desconstruir o trabalho de sustentabilidade do JBS e restabelecer o conflito. O Greenpeace depende dessa guerra para continuar merecendo os recursos que recebe."

Ao criar suas diretorias de sustentabilidade, JBS e Marfrig nomeara executivos que escolheram caminhos errados para resolver o problema.

“Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.”

Comentários