Código Florestal: Procurem um recorte urbe-campo

A aura de santidade que circunda Marina Silva cala apenas na urbe. Quem vive no campo e sofreu nos últimos anos sob as botas do Ibama quando o Ministério do ½ Ambiente, sob a batuta de Marina e seus Marina’s Boys, começou a cobrar “preservação ambiental”, enxerga nela mais um demônio do que um santo. Foi por isso que ela perdeu a eleição no seu próprio estado, o Acre, ficando atrás de Serra e Dilma lá.

É meio divertido ver os analistas de política dos jornais da grande imprensa tentar entender o houve na Câmara na última quarta feira. O governo, que tem uma das maiores bases de sustentação política da história democrática recente, teve que recorrer a um recurso tipicamente das minorias, a obstrução, para evitar uma derrota. O governo teve que recorrer a um recurso da minoria porque não votar o relatório de Aldo Rebelo é um anseio de minoria. A maioria queria e ainda quer mudar o Código Florestal.
Os analistas de política dos jornais da grande imprensa procuraram um recorte partidário para entender quem é contra e quem é a favor do relatório de Aldo Rebelo e não encontraram. Alguns jogam a culpa na insatisfação pelas nomeações de cargos de segundo escalão, ou em ciúmes do PT por parte dos demais partidos da base aliada. Ficaram e ainda estão totalmente desorientados. Sugiro que procurem um recorte urbe/campo.
A minoria que se colocou contra o relatório de Aldo Rebelo é composta de gente sem nenhum vínculo com o campo e que se ocupada de bajular o eleitorado urbano. O eleitorado urbano tem acesso aos alimentos de que precisa no supermercado. Sempre terá. A eles não faz diferença se o arroz vem do Rio Grande do Sul ou do Uruguai, se o feijão vem de Irecê ou do México, se a carne vem do Mato Grosso ou da Austrália. A classe média urbana não liga para essas minúcias Quem se colocou contra Aldo Rebelo, gente como Ricardo Tripoli (PSDB), Ivan Valente (PSol), Fernando Marroni (PT) e Alfredo Siskis (PV),  saprofita esse eleitorado.

Comentários

Cássio Marcon disse…
Não esqueçamos que quando se fala em eleitorado temos no Brasil praticamente 161 milhões de pessoas nas cidades e menos do que 29 milhões de pessoas no campo. (Dados do censo 2010)

Se partirmos dessa lógica a maioria dos deputados deveria estar favorável a maioria do eleitorado que "não liga para o campo".

Na contra mão desse raciocínio, 176 deputados receberam financiamento do agronegócio.

Moro na cidade e me importo muito com a origem de meus alimentos.

Exatamente por isso sou contra as mudanças no Código Florestal propostas pelo Deputado Aldo.
Ana disse…
Há pessoas que só convivem com o concreto e perderam completamente o senso da realidade do que seja conviver com a natureza. Compra tudo pronto sem se perguntar a origem das coisas. Quem mais entende disso são os políticos que que se distanciaram tanto das pessoas que só enxergam dinheiro, de maneira que perderam a sensibilidade ao ponto de transformarem-se em homens de pedra. Precisamos trazê-los de volta à realidade nas próximas eleições ou até que um fato marcante e escandaloso nos encham de coragem para arrancá-los de lá, devolvendo-os de onde nunca deveriam ter saído.