Código Florestal e a incoerência inerente ao fundamentalismo ambiental

Um grupo de estudantes e integrantes de ONGs de ½ ambiente participaram neste domingo (22) de uma manifestação na Zona Sul de São Paulo. A mobilização era contra o movimento legislativo de modernização do Código Florestal em andamento da Câmara dos Deputados. Dei uma zapeada pela internet olhando as fotos da manifestação. Essa aí é uma deles, tirada pela jornalista Petria Chaves, da Rádio CBN, que gentilmente me cedeu a foto via twitter.
Segundo a ONG SOS Mata Atlântica, que organizou o evento, haviam mais de mil pessoas. Não creio que seja muito difícil reunir mil pessoas no Parque do Ibirapuera num domingo de sol. Mas como essa conta foi feita pelo Mantovani, é bem provável que o número não chegue a mil.

Não pude identificar nas fotos ninguém que se pareça com um produtor rural. Essas manifestações contra o Código Florestal expõem um dos grandes problemas dessa lei. Quem luta pela preservação do Código Florestal vigente, em geral, é gente que não nada a perder com a lei. São pessoas que querem que alguém, alhures, preserve o ½ ambiente pra eles.



Já escrevi sobre isso aqui no blog por ocasião de uma outra manifestação de gente urbana pela imposição de ônus ambiental ao campo: Sobre a manifestação dos ambientalistas

As pessoas fazem manifestações pela preservação das APPs em São Paulo, onde o Rio Tietê não tem APPs; eles fazem passeatas na Avenida Paulista pela preservação dos topos de morros, mas a Paulista é um topo de morro degradado; elas enviam cartas ao Palácio da Alvorda pedindo à presidenta Dilma Ruimsseff que vete o Código Florestal e o Palácio da Alvorada está na APP do lago Paranoá. Mas esses estudantes e ONGs não ligam para esses detalhes. Eles querem mesmo que os produtores rurais brasileiros se danem, mas façam o que eles mesmos não são capazes de fazer.

Esse é um dos problemas fundamentais do Código Florestal vigente e que permanece no Relatório de Aldo Rebelo, há um descompasso entre quem se beneficia e quem paga pela preservação.

Em tempo, reparem que os estudantes e ambientalistas acharam de fazer seu protesto diante da escultura de Victor Brecheret erguida em homenagem ao esforço dos bandeirantes para desbravar o nosso país. Na frente do monumento da foto, bem onde Marina Silva, Sirkis, Mantovani e sua turma falaram para a platéia de urbanóides, há um mapa de Afonso Taunay, esculpido no granito, mostrando o roteiro das expedições e os nomes dos bandeirantes mais famosos, entre eles Fernão Dias, Anhangüera, Borba Gato e Raposo Tavares. Ambientalista é um bicho naturalmente incoerente.

Comentários

Luiz Prado disse…
A manifestação paulistana em defesa da maconha, que não foi no ensolarado domingo no parque, teve mais gente do que isso. E estava mais organizada, também.