Novo Código Florestal deve seguir para Plenário dia 22

Viana e Rollemberg: acordo para tentar
votar o Código Florestal ainda em 2011
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr 
O relatório do senador Jorge Viana (PT-AC) sobre o projeto de reforma do Código Florestal deve ser votado no próximo dia 22 na Comissão de Meio Ambiente (CMA), seguindo então para decisão final em Plenário. A previsão é do presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSD-DF), que marcou a data depois de entendimentos com Jorge Viana.

O projeto (PLC 30/2011) tramita neste momento nas comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e de Agricultura (CRA), onde é relatado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC). A votação do relatório do senador catarinense está marcada para a próxima terça-feira (8), quando então a matéria seguirá para a CMA, última comissão antes do Plenário.

Conforme Rollemberg, Jorge Viana apresentará seu voto na CMA no dia 16, quando deve ser concedida vista coletiva e marcada a votação do texto para a semana seguinte, no dia 22. Assim como ocorreu nas comissões de Ciência e Tecnologia e de Agricultura, também na CMA deverá ser feito acordo para que, após a leitura do relatório, emendas ao texto sejam feitas por destaque, o que regimentalmente evita novo pedido de vista.

Ajustes

Rollemberg acredita que os entendimentos em torno do novo código estão praticamente concluídos, havendo espaço para poucas mudanças. Ele vê a possibilidade de alterações nas regras para as cidades e a inclusão de capítulo específico de proteção da agricultura familiar. O senador também aponta outros possíveis ajustes, como a inclusão de norma para a recuperação de Área de Preservação Permanente (APP) em rios acima de dez metros de largura.

O relatório de Luiz Henrique já prevê que, para rios com até essa largura, seja obrigatória a recomposição de apenas 15 metros de mata ciliar, e não 30 metros, que é a norma para APPs ripárias em rios com até dez metros de largura. Mas o texto é omisso quanto às regras de recomposição de matas nas margens de rios mais largos.

Audiências

Para subsidiar os senadores da CMA na votação da matéria, a comissão realizará três audiências públicas na próxima semana. Na quarta-feira (9), serão discutidas questões relativas às cidades; na quinta-feira (10), os senadores ouvem representantes dos comitês de bacias; e na sexta-feira (11), discutem a proteção das florestas.

Também visando ampliar o conhecimento sobre o assunto, será realizada uma visita ao Mato Grosso, quando os parlamentares conhecerão locais onde foram realizadas experiências bem sucedidas de recuperação de áreas de preservação.

Após a votação em Plenário, o projeto voltará para a Câmara dos Deputados, para exame das mudanças feitas pelos senadores. Os relatores Luiz Henrique e Jorge Viana trabalham para que as alterações contidas em seus votos sejam negociadas também na Câmara, para evitar a rejeição do texto. No mesmo sentido, o governo tem participado dos entendimentos, para que a Presidência da República não venha a vetar partes do projeto.

Por conta desses entendimentos, por exemplo, Luiz Henrique não acatou emendas para incluir na nova lei florestal incentivos econômicos para recuperação e manutenção de áreas florestadas. Como as fontes para o pagamento por serviços ambientais devem incluir recursos orçamentários, o governo quer tratar a questão em lei específica, a ser enviada ao Congresso.

Iara Guimarães Altafin / Agência Senado

Comentários

Caio Mendes disse…
Tomara que em algum momento algm com sanidade intervenha de forma efetiva e assim consigamos evitar o novo código florestal, vamos lutar para que o DF siga bem.
Ajuricaba disse…
Vou lançar a campanha: Quero Uma Pistola Taser.
Marcela disse…
Na realidade antes desse código passar novamente para a Câmara o debate tem que ser mais evidenciado, o que se percebe é a falta dele, isso não é democrático, para se decidir a respeito de um tema tão delicado como este. Um texto do jeito que está será prejudicial para o nosso país, vamos debater mais sobre esse tema importante.
Ajuricaba disse…
Quem acompanha dos debates sabe que esse texto está sendo debatido há mais de 2 anos. Dezenas de audiências PÚBLICAS foram realizadas por todo o país.

O texto foi aprovado em votações democráticas na comissão especial da Câmara, no Plenário da Câmara, na CCJ do Senado, na CRA do Senado e na CMA do Senado. Até aqui foram 5 votações nas quais o texto foi aprovado por deputados e senadores que, numa democracia sã, são as pessoas responsáveis por legislar.

O fato da minoria está sendo isolada nesse debate é uma mostra de democracia não da falta dela.

Democracia é assim. Quem tem voto leva. Quem não tem aceita.