Temos incríveis meio ambientalistas no governo, diz Christiane Torloni

Juntinhos, Torloni pede a Sarney que
a ajude. Foto: Fabio Pozzebom / ABr
A grande ambientalista da Barra da Tijuca, Chistiane Torloni, deu uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. Na entrevista Torloni defende que o produtor rural brasileiro continue se ferrando para preservar o meio ambiente dela, mas não abre mão dos subsídios que o governo paga para sustentar as peças de teatro em que ela atua. O raciocínio é simples, Torloni não abre mão de dinheiro do governo para atuar, mas exige que o setor rural nacional pague a conta do meio ambiente.

A grande ambientalista afirma ainda que há "incríveis meio ambientalistas que no governo" e disso eu não posso discordar. Há mesmo muitas metades de ambientalistas, mas não apenas no governo, na Globo também. Leia abaixo trechos da entrevista:

Dá para o teatro sobreviver sem subsídios?

É complicado viver sem subsídios. Outros setores empresariais não sobreviveriam. A política da meia-entrada é importante para a formação de plateia e para oferecer cultura a quem realmente não pode pagar por ela. Mas está incompleta, porque não apoia o outro lado. Como que um produtor tem uma ideia, monta um espetáculo, se no final, tem que vender seu produto pela metade do preço e cobrir com isso o custo de produção? Temos de reavaliar também a carteira de estudante.Qual o critério para obtê-la?

Qual é a sua opinião sobre a Lei Rouanet?

A proposta de mudança da lei não faz sentido, é melhor conservá-la como está. E discutir de forma mais profunda a Lei do Teatro. Sou contra o Fundo de Cultura. Como é que empresas vão colocar em um fundo recursos de campanhas de marketing para que o governo administre? Em um país como o Brasil, com histórico forte de corrupção, fica complicado. O que deveria existir é um projeto sólido de circulação e fomentação de cultura. Em vez de fechar caminhos, temos de abri-los. Eu sou uma batalhadora, que coloco a pasta embaixo do braço e vou à luta para montar meus espetáculos. Já escutei vários “nãos”, mas não desisti por causa deles.

Na sua opinião, a Ancine ajuda ou atrapalha?

A Lei do Audiovisual veio se sofisticando. Prova disso são as excelente e numerosas obras cinematográficas do país que fazem sucesso mundo afora. Mas isso porque finalmente enxergaram o cinema como indústria. O teatro nunca deixará de ser artesanal, mas precisa de subsídios governamentais como o cinema.

Você é uma mulher pró-verde, lutou na campanha Diretas Já. Há alguma outra bandeira que pretende levantar?

São causas que me tocam. As duas têm a ver com minha missão geracional, tanto as Diretas Já como a causa ecológica. O código florestal, se for aprovado da maneira como está agora, vai gerar prejuízos que castigarão o planeta inteiro. Belo Monte, por exemplo. A essa altura, sabemos o que significa a construção dessa hidrelétrica e o custo ambiental dessa obra, como ainda pensamos que pode ser algo benéfico? Por que o Brasil não foi convocado para votar sobre isso, para decidir se realmente quer e pode arcar com uma hidrelétrica como Belo Monte? Infelizmente, nossa democracia é muito frágil, nesse sentido.

Você acredita em complô internacional para se apropriar da Amazônia?

Não. O que existe é uma ignorância nacional em relação a isso. E um olhar internacional sobre aquilo que estamos fazendo com o nosso meio ambiente. Essa questão atinge nossa soberania. Não é porque a Amazônia está aqui que temos o direito de fazer tudo o que quisermos com ela. A Amazônia interfere no planeta. Temos incríveis meio ambientalistas que estão no governo. A Marina Silva fez um excelente trabalho dentro do Ministério. Ela mesmo disse: “Nós podemos ser o celeiro do mundo sem derrubar uma árvore”. Está cientificamente provado que podemos. Precisamos transformar essa mentalidade antiga que ainda temos. Parques eólicos demonstram a possibilidade de gerarmos energia limpa. Podemos abrigar uma Copa Verde. Olhem só a oportunidade histórica que o Brasil está tendo e que nenhum outro país teve!

Veja a entrevista na íntegra: 'Sem fé a pessoa se torna muito só', diz Christiane Torloni

Comentários

Luis Pereira disse…
também temos muitos meio artistas na telinha brasileira... principalmente no domingão do faustão...
Anônimo disse…
Esta gente endeusa determinadas coisas e demoniza outras. Toda atividade tem impacto, como mostra quele vídeo que postei no facebook onde uma pá de aerogerador mata uma águia !!
Tudo tem seu impacto, isto é assim e sempre será, mas não podemos viver sem eles. Um certo grau de ação e modificação no ambiente sempre é necessário, só esta gente que sonha com um mundo de faz de conta que não se dá conta !!