ONG ambientalista ligada à Abag, Unica e SRB pede ao STF urgência no julgamento do Novo Código Florestal

Greenwashing é um neologismo na língua inglesa que indica uma injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações inimigas do meio ambiente. Pois o Brasil, o país da jabuticaba e da piada pronta, acaba de inventar o agwashing.

Em 2014, quando Marina Silva e seus asseclas perceberam a chance de ganhar as eleições presidenciais com a morte de Eduardo Campos eles se viram diante de um problema: Como governar sendo inimigos do agronegócio, setor que sustenta a economia do país?

Imediatamente, os ecólatras puseram em prática uma estratégia de aproximação. Convidaram diversas ONGs ambientalistas e alguns setores do agronegócio mais ligados ao mercado internacional (exportadores de carne, soja e celulose) e inventaram um negócio chamado Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

Dessa coalizão, fazem parte a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Cargill, Amaggi, Fibria, Klabin, Suzano Papel e Celulose, União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Sociedade Rural Brasil (SRB), além de ONGs ambientalistas como o indefectível WWF, a Conservation International, o inoxidável Imazon, o Instituto Socioambiental (ISA) e o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), que abriga João Paulo Capobianco, braço direito da Madre Teresa de Xapuri.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) NÃO têm participação no grupo.

O ajuntamento serviria de ponte de aproximação entre um eventual Governo Marina Silva e o lado "bom" do setor que sustenta a economia do país. Como o lado bom só existe se houver um lado negro, CNA e FPA ficaram propositalmente de fora para justificar o agropaspatur que emolduraria o quadro de Marina Silva com a faixa presidencial. Assim, os ecólatras inventaram o agwashing.

De acordo com o site da coalizão (veja aqui), o agrupamento é "uma iniciativa de associações empresariais, empresas, organizações da sociedade e indivíduos, interessados em contribuir para o avanço e a sinergia das agendas de proteção, conservação e uso sustentável das florestas, agricultura sustentável e mitigação e adaptação às mudanças climáticas, no Brasil e no mundo". Ainda de acordo com um documento disponível no site, a "efetiva implementação do Código Florestal é exemplo essencial deste esforço coletivo".

A pergunta que faço é: De qual Código Florestal fala o documento oficial da Coalização Brasil Clima, Floresta e Agricultura?

Como todos sabem, depois que o Congresso Nacional exerceu seu papel democrático e deu uma redação final ao Código Florestal na Lei 12.651 vigente, os ecojihadistas do ambientalismo santo dos últimos dias recorreram ao tapetão do Supremo Tribunal Federal (STF). O ambientalismo ati-agro pretende derrubar o novo Código Florestal aprovado pelo Congresso fazendo retornar o texto velho escrito por eles que ganhou força de lei por meio de uma Medida Provisória, ato do Executivo.

Tramitam no STF quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) contra o novo Código Florestal. Nessas ações partes da Coalização Brasil Clima, Floresta e Agricultura colidem. O lado Agro da Coalização luta pelo manutenção do atual Código Florestal, enquanto o lado ONG da Coalização luta pela derrubada do atual Código Florestal e o retorno do velho texto que inviabiliza o agronegócio brasileiro.

Semana passada uma da ONGs ambientalistas que faz parte da Coalização ao lado do Agro enquanto luta contra no STF, o Instituto Socioambiental, entrou com um pedido de urgência para julgamento das Adins. A pressa do ISA provavelmente deve-se ao sono da CNA, que ainda não entrou na ação em defesa do setor que representa e corre o risco de ficar de fora. Se o Ministro Luiz Fux, relator da matéria, convocar as audiências públicas como pede o ISA, a CNA perderá o prazo para entrar na ação como amicus curiae.

Deixo aqui um desafio aos representantes do Agro na Coalização Brasil Clima, Florestas e Agricultura: Não é objetivo da Coalização implementar o Código Florestal? Então façam a Coalização peticionar o STF pleiteando a entrada como amicus curiae nas Adins do Código Florestal em DEFESA da lei vigente. Testem essa coalização e vocês perceberão se esse ajuntamento é sério ou não passa de um agwashing para Marina Silva como eu acredito que seja. Provem que este blogueiro está errado.

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