Projeto Biomas inicia terceira etapa na Amazônia

Mais uma etapa de pesquisa do projeto Biomas se inicia na Amazônia. Na primeira quinzena de janeiro, três subprojetos começaram suas atividades de campo: medição de árvores de paricá, coleta de solo para análises físico-químicas e o plantio de milho nas entrelinhas do eucalipto dentro da perspectiva da integração lavoura-pecuária-floresta.

Segundo o engenheiro florestal Alexandre Mehl Lunz, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e coordenador regional do Biomas Amazônia, as primeiras ações de pesquisa de 2016 começaram mais tardiamente em comparação aos anos anteriores. "Enquanto nas estações chuvosas anteriores (2013/14 e 2014/15) os trabalhos de campo começaram em dezembro, o período referente a 2015/16 se inicia efetivamente em janeiro devido à demora no estabelecimento regular das chuvas na região", completa.

Os pesquisadores fizeram a medição de 588 árvores de paricá (Schizolobium parahyba var. amazonicum), que nesse período completaram exatamente um ano de plantadas. O objetivo, de acordo com o coordenador dessa ação, Alexandre Lunz, é acompanhar o desenvolvimento das plantas mediante os diferentes tratamentos testados, como adubação química convencional e testes com microrganismos indutores de crescimento, como fungos e bactérias.

Na área do ILPF iniciou-se o terceiro ano agrícola plantando milho em sistema de plantio direto para que, junto com a adubação em cobertura, haja a distribuição das sementes de capim Brachiaria. Após a colheita do milho, o gado bovino será inserido no sistema. "Esse terceiro componente, que é a pecuária, entrará no sistema e ocupará o espaço entre as árvores de eucalipto (floresta), após os três ciclos de cultivo de grãos: lavouras de milho, depois soja e novamente milho", explica o pesquisador Roni de Azevedo, da Embrapa Amazônia Oriental.

Já em área de sistema silvipastoril, os pesquisadores estão iniciando o plantio da pastagem, "o que permitirá a entrada dos animais para dar início as avaliações de ganho de peso animal", explica a pesquisadora Gladys Martinez, da Embrapa Amazônia Oriental.

Recursos – O projeto Biomas, que é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), conta agora com recursos do BNDES. "Levamos um tempo razoável no segundo semestre de 2015 para nos adequar à nova realidade financeira do Projeto Biomas, de modo que agora conseguimos estar de acordo com as novas exigências e finalmente nos voltarmos ao objetivo do projeto, que é fazer ciência através dos plantios e suas avaliações", destaca Alexandre Lunz. A terceira fase de plantios do Bioma Amazônia prossegue nos meses seguintes, especialmente em projetos envolvendo pesquisas com áreas de reserva legal (ARL) e de sistemas de produção (ASP), até o final de março.

O projeto é uma iniciativa inédita no Brasil e tem como objetivo identificar formas sustentáveis para viabilizar a propriedade rural brasileira considerando a árvore em seus sistemas. O Projeto Biomas tem o apoio do Senar, Sebrae, Monsanto e John Deere, e o financiamento do BNDES.

Comentários