Quem é contra proteger a Amazônia?: Pimenta no indireto dos outros é refresco


Ser contra diminuir o desmatamento é como ser contra reduzir a pobreza. Todos queremos salvar a Amazônia e todos queremos reduzir a pobreza. Só que o diabo mora nos detalhes.

Reduzir desmatamento boicotando os desmatadores indiretos usando as Guias de Trânsito Animal (GTAs) como querem as ONGs é como reduzir pobreza boicotando os pobres usando os dados do Bolsa Família. Ora, diz o ambientalista, se eu usar as informações do Bolsa Família para descobrir quem são os pobres e cortar o acesso deles ao mercado de trabalho, eles vão ver que não compensa ser pobres e vão deixar disso. Não é mesmo?

Não é bem assim, ambientalista. Se você boicotar o pobre, ele vai ficar ainda mais pobre, e você só vai agravar o problema.

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Uma coisa é certa: o pecuarista não é besta. Ele está descobrindo que as informações que ele entrega às agências de controle sanitário, junto com o devido pagamento da DARE, vão ser usadas contra ele. Ele ainda não sabe como, mas já está entendendo a ideia geral.

O pecuarista vai encontrar jeito de se prevenir. Como ele não consegue saber qual critério os ambientalistas vão usar para definir quem é sujo e quem é limpo, e mesmo que ele conhecesse o critério ele não conseguiria saber quais propriedades se encaixam ou não no critério, ele vai preferir se livrar desse pepino e mandar o gado sem GTA. Dessa forma, ele fica fora do Visipec, e problema resolvido. Não é mesmo?

É aí que a rastreabilidade bovina brasileiro entra em colapso.

Esse é o motivo pelo qual os legisladores americanos determinaram que os dados de movimentação animal do sistema deles são confidencias e não podem ser requisitados em pedido de acesso à informação. É também por isso que o sistema de rastreabilidade francês não se presta a monitoramento ambiental, mas exclusivamente sanitário.

Para evitar que os ambientalistas imponham ao Brasil o que eles não querem impor aos países deles, os nossos legisladores precisam determinar explicitamente, no texto da Lei, que as GTAs não são de acesso público e têm uso restrito ao sistema de inspeção sanitária.

Clique aqui e veja tudo o que já publicamos sobre esse assunto.

Foto:SECS

“Informação publicada é informação pública. Porém, alguém trabalhou e se esforçou para que essa informação chegasse até você. Seja ético. Copiou? Informe e dê link para a fonte.” asdfgçlkjh

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