De quem é esse jegue? De quem é esse jegue? Tire ele daqui!!

O governo baiano decidiu regulamentar o abate de jegue para tentar reduzir a quantidade de animais soltos nas rodovias, causa de graves acidentes. O Ministério Público, porém, contesta os abates porque não seriam uma "solução ética". Por causa da recomendação do órgão, dos dois frigoríficos habilitados, um já interrompeu a atividade e o outro ainda nem a começou. O impasse traz à toda a observação expectorada certa feita pelo grande filósofo do sertão, Genival Lacerda: De quem é esse jegue??

Leia o post ouvindo o atualíssimo Rock do Jegue, do grande filósofo Genival Lacerda:

Com advento tecnológico e social da popularização da motocicleta o jumento entrou em crise existencial. Animal rústico e capaz de sobreviver à condições de sertão, o jegue era vital para a sociedade sertaneja. Nos últimos anos, porém, com o definhamento da sociedade sertaneja e ascensão das motos, definhou também a importância social do jumento que vem sendo abandonado.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, desde a regulamentação do abate em junho, ao menos 300 jumentos (10 por dia) foram mortos no frigorífico de Miguel Calmon, a 370 km de Salvador. A meta seria abater 2.000 até outubro. A maioria vem de apreensão nas rodovias, mas há os adquiridos com criadores no Estado fomentando um novo mercado regional.
"O abate é uma nova possibilidade de mercado para a Bahia. Atrairá capital estrangeiro para investir no melhoramento genético desses animais, historicamente abandonados", diz o gerente do Frigocezar, Israel Augusto.

A carne é doada para um zoológico de Salvador e o couro exportado para a China. O resíduo restante é transformado em ração animal. A estimativa do governo é obter cerca de 200 toneladas de produtos, que recebem rotulagem de "produto não destinado à alimentação humana".

Segundo as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual que atuam na Bahia, desde 2014, foram quase 3.500 acidentes envolvendo animais, com 95 jumentos mortos, entre humanos e animais.
Somente a Política Rodoviária Federal contabiliza 7.747 animais, incluindo jumentos, apreendidos de 2012 até este mês na Bahia.

Apesar disso, o Ministério Público Estadual contesta os abates. O órgão enviou recomendação ao frigorífico de Serrinha para que se abstenha da prática, "sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal". A Promotoria, em nota, diz não ser a "solução adequada e ética sob o viés normativo internacional e constitucional, sobretudo em se tratando de animais historicamente explorados, em situação de risco e maus­tratos".

Os frigoríficos afirmam que o abate é inspecionado por fiscais estaduais e cumpre todas as exigências sanitárias e de bem ­estar animal. Para o governo baiano, a medida "inibe os abates clandestinos, a beira de rios e currais improvisados, em total desrespeito ao abate humanitário e às leis ambientais".

Os procuradores do Ministério Público não encontram pista sobre o que deve ser feito com os jumentos. O grande Genival Lacerda já havia se antecipado ao dilema do Ministério Público Federal da Bahia: De quem é esse jegue? Tire ele daqui!!

Foto PRF-BA (Divulgação)

Comentários

Jumento é proteína animal como o boi, vaca, porco, frango, peixe, cavalo .... qualquer bicho é comestível, para quem não é vegetariano!!!
Segundo as Polícias Rodoviárias Federal e Estadual que atuam na Bahia, desde 2014, foram quase 3.500 acidentes envolvendo animais, com 95 jumentos mortos, entre humanos e animais.