Fogo de monturo

Em meio a esse debate maluco sobre o código florestal havido nas últimas semanas duas coisas passaram despercebidas. A primeira delas foi uma viagem da Senadora Katia Abreu aos EUA. Por lá, a senadora, começou a explicar aos gringos que as leis ambientais no Brasil não são cumpridas por serem absurdas e não pela tendência inata dos povos incultos a serem corruptos e desobedecerem leis. A iniciativa da Senadora à frente da CNA, que a mim surpreendeu habituado que estava à inércia do falecido de Salvo, é de fundamental importância.

Esse fervor que os ambientalistas têm pelo código florestal aqui no Brasil vem do credo que os gringos têm lá fora de que a lei é imprescindível. Só vai ser possível alterar o comportamento do ambientalismo aqui dentro se os chefões lá fora acordarem para fato de que a lei é idiota. Logo é fundamental que alguém, que possa ser ouvido lá fora, comece a contar por lá a história verdadeira sobre a tolice desse código florestal. Se é isso o que a senadora está começando a fazer por lá, congratulações. Está no caminho certo.

Outro ponto importante que ninguém viu foram as iniciativas estaduais de burlar a exigência federal dos 80% de RL na Amazônia. Ontem estive em Paragominas numa das audiências públicas do Micro Zoneamento do Pará. Outra deve estar acontecendo hoje, sábado, enquanto escrevo esse texto, em Marabá. O governo do Pará corre para finalizar seu zoneamento não com o objetivo verdadeiro de zonear o estado. O Pará não precisa disso. O governo corre com o zoneamento com o único e exclusivo objetivo de reduzir a RL para 50% na maior parte do leste e sul do estado.

A expectativa é de que o zoneamento esteja finalizado e aprovado na assembléia legislativa ainda este ano, devendo ser encaminhado ao CONAMA no início do próximo ano quando deve ser aprovado naquele conselho ainda no primeiro semestre. Daí a bucha vai para o presidente da republica que precisa ratificar a redução da RL para 50%. A pergunta é: o Lula, em ano eleitoral, com a Marina e o PV candidatos, vai assinar essa redução?

Boas ou ruins, eficazes ou tolas, são mais duas frentes de pressão por mudanças no Código Florestal. É uma pena que não sejam coordenadas.

Comentários

Anônimo disse…
A burla se dá porque nem o Estado consegue cumprir esse tal de código florestal.

É inútil pensar que essa legislação ambiental seja algo de avançado. Se fosse tudo assim tão bom como os ambientalistas querem que a gente pense que seja, se o ministro do 1/2 ambiente é assim tão bom e entendedor quanto ele acha que é, por que é que os outros países não levam tudo lá para as suas terras?