Stephanes pede que produtores se mobilizem

Durante o “Encontro Estadual de Empreendedores Rurais”, no Expotrade, em Curitiba/PR, o ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura, fez uma análise da agropecuária brasileira, detalhando as questões econômicas e ambientais. Stephanes adiantou que o presidente Lula vai assinar decreto prorrogando o prazo para averbação da Reserva Legal e APPs previsto para o próximo dia 11 de dezembro e que está em estudos finais a emissão de uma Medida Provisória tratando dos maiores problemas da agricultura/meio ambiente.

O ministro foi enfático ao convocar as lideranças da agropecuária para mobilizar o setor, responsável por 1/3 do Produto Interno Bruto do país. “Por que não fazer como os franceses que chegam a colocar ovelhas nas ruas de Paris? Nas galerias do Congresso vi de tudo. Índios, sindicalistas. mas nunca a vi ocupada por produtores. A pressão deve ser exercida na defesa de interesses legítimos”, afirmou.

O Ministério da Agricultura defende que a área de reserva legal seja somada à de preservação permanente, já que o Brasil é o único do mundo em que reserva legal é obrigação do produtor. Ainda, se tiver que se manter reserva legal que pelo menos metade possa ser feita em florestas comerciais, ou que haja pagamento por serviços ambientais.

Stephanes considera absurda a reversão de áreas aptas e em produção em florestas. “Não é interessante perder áreas com terras muito boas e que já estão produzindo há muito tempo, como é o caso de várias fazendas, principalmente no Paraná, em São Paulo, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul”. O ministro sugere que em regiões com economia e produção consolidadas se possa fazer a compensação da reserva em outras áreas. Stephanes enfatizou as diferenças de exigências ao produtor e ao meio urbano, recorrendo a um exemplo próximo e clássico de poluição ambiental. “O rio Iguaçu é o esgoto de Curitiba e nada acontece, mas a 50 quilômetros daqui, em Porto Amazonas, um pequeno produtor de leite com meia dúzia de vacas foi multado porque uma delas tomou a água poluída desse mesmo rio”.

Fonte: FAEP

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