Bolsonaro sobre o Ibama: "Mete a foice em todo mundo"


Terça-feira passada foi um dia histórico para o agro. Este blogger estava no mato e só ficou sabendo de tudo no final de semana. Mas na última terça, o Ibama foi na CNA se entender sobre a pecuária na Amazônia e o relator do Projeto de Lei de acaba com a Reserva Legal apresentou seu parecer favorável. Na mesma terça-feira, o Presidente Bolsonaro foi à Fiesp, em São Paulo, e defendeu e criticou a atação do Ibama nos governos anteriores.

“Os produtores rurais cada vez mais têm menos medo do Ibama. Eu paguei uma missão para ele: Mete a foice em todo mundo. Não quero xiita ocupando esses cargos, tem gente boa lá, tem, mas o homem do campo não pode se apavorar com a fiscalização e a fiscalização é no primeiro momento, advertir, caso persista no erro, aí tudo bem”, disse Bolsonaro.

Este blogger já sugeriu ao Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que faça um Plano de Demissão Voluntária para que os ecotalibãs do Ibama possam dar lugar a gente nova. Relembre: Por um plano de exoneração voluntária para o Ministério do Meio Ambiente

O presidente também comemorou a diminuição no número das multas ambientais. Nos primeiros dois primeiros meses de 2019, o Ibama fez 1.139 autuações, 441 a menos do que no mesmo período do ano passado. “Não precisa dizer que no primeiro bimestre deste ano, tivemos o menor percentual de multas no campo e vão continuar diminuindo. Vamos acabar com esta indústria da multa no campo”.

No discurso para a Fiesp, o presidente afirmou que a política ambiental dele é modificar tudo o que foi feito até agora. “Nós não podemos ter uma política ambiental como tínhamos a pouco tempo da indústria da demarcação das terras indígenas, da indústria de quilombolas, da indústria de estações ecológicas” disse.

Erro político

Bolsonaro comete, nesse caso, o mesmo erro que cometeu na educação e que resultou em protestos de rua. Ao cortar gastos das Universidades por conta do ajuste fiscal, o Ministro abriu uma disputa ideológica dando palanque à esquerda universitária.

Também nesse caso, as fiscalizações do Ibama estão reduzindo por falta de verba. Ao tratar isso como uma determinação direta, Bolsonara está chamando para si um problema que o desgastará no futuro.

Em setembro saem os dados de desmatamento de florestas na Amazônia monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Não é preciso ser um gênio do geoprocessamento para saber que o desmatamento no ciclo 18/19 será o maior dos últimos dez anos. Haverá rebote político e ele recairá todo sobre Bolsonaro.

Na minha opinião, é prudente vincular a redução das fiscalizações do Ibama ao verdadeiro culpado, a crise fiscal.

Alan Santos/PR

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