O erro de Bolsonaro na questão ambiental e como corrigi-lo

Bolsonaro comete na questão ambiental o mesmo erro que cometeu na educação e isso pode custar caro. Ao contingenciar os gastos com as Universidades Federais, o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que cortaria verbas das Universidades que presentassem baixo desempenho acadêmico e fizessem balbúrdia. Era só bravata. O Ministério da Educação estava contingenciando verbas por conta do ajuste fiscal.

Ao vincular os cortes a desempenho e balbúrdia, o Ministro da Educação transformou aliados em potencial na busca o equilíbrio fiscal em munição para a esquerda. As declarações de Waintraub resultaram em protestos de rua e críticas que desgastaram Bolsonaro. O mesmo vai acontecer na questão ambiental.

Bolsoaro vem dando dando declarações desnecessárias sobre a redução na atividade do Ibama. Nos dois primeiros meses de 2019, o Ibama fez 1.139 autuações, 441 a menos do que no mesmo período do ano passado. “Não precisa dizer que no primeiro bimestre deste ano, tivemos o menor percentual de multas no campo e vão continuar diminuindo. Vamos acabar com esta indústria da multa no campo”, disse Bolsonaro em encontro com lideranças empresariais na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na semana passada, em São Paulo,.

As fiscalizações do Ibama estão reduzindo por falta de verba e Bolsonaro não deveria tratar isso como uma determinação direta da presidência.

No próximo mês de setembro sairão os dados de desmatamento de florestas na Amazônia monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Não é preciso ser um gênio para saber que o desmatamento no ciclo 2018/2019 será o maior dos últimos dez anos. Haverá rebote político e ele recairá todo sobre Bolsonaro.

Ao tratar isso como uma determinação direta, Bolsonaro está chamando para si um problema que o desgastará no futuro. Na minha opinião, é prudente vincular a redução das fiscalizações do Ibama ao verdadeiro culpado, a crise fiscal.

Marcos Corrêa/PR

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