O Código Florestal e a ameaça de fome mundial

Barriga cheia de ar puro
O debate em torno do Código Florestal, que a própria Ministra do Ambiente Izabella Teixeira classificou de burro, faz a opinião pública acreditar que a tentativa de mudar a lei é coisa de ruralista que quer destruir a Amazônia. Cortina de fumaça. No fundo, o grande problema para a aplicação do Código está na necessidade imposta pela lei de alguns estados com grandes deficites de Reserva Legal, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, destruirem parte de suas áreas produtivas para cobrirem o déficit.

O debate burro do Código Florestal esconde da sociedade essa nuance da lei. Enquanto nossos ambienalisas induzem a opinião pública a exigir a redução da nossa área produtiva veja o alerta emitido hoje pela FAO:

Os preços de alimentos atingem a maior alta em dois anos e a FAO alerta que o aumento tem tudo para continuar em 2011. Em seu relatório anual publicado nesta quarta-feira, 17, a entidade advertiu que o mundo deve se preparar para um cenário de elevação de preços de alimentos, inflação e aponta que a elevação de preços já afeta de forma negativa a balança comercial de cerca de 70 países.

As primeiras projeções são de que os preços de alimentos devem sofrer uma elevação de até 20% em 2011 diante de safras abaixo do esperado e da especulação em torno das commodities.

Para a FAO, a conta da importação de alimentos no mundo irá superar a marca de US$ 1 trilhão em 2010, 26% a mais que no ano passado e atingindo praticamente os mesmos níveis dos anos da crise alimentar (2007-08). A projeção é a mais severa já feita pela FAO desde 2007, quando a alta nos preços de alimentos desestabilizou governos e levou milhares de pessoas a protestar em 25 países.

"Consumidores hoje não tem outra alternativa que a de pagar mais por seus alimentos. O tamanho da safra em 2011 está se tornando cada vez mais crítico. Para que os estoques sejam refeitos e para que os preços voltem à normalidade, uma expansão importante da produção será necessária", alertou a FAO. Para a entidade, "os países precisam continuar vigilantes sobre seus estoques".

Nos últimos meses, os preços do milho e trigo subiram em 40%. Cassava, manteiga e açúcar estão registrando seus maiores preços em 30 anos. Já a carne e pescado estão com seus preços acima de 2009. Isso sem contar com o algodão, com os maiores preços em 140 anos.

No geral, a inflação no preço de alimentos é de 15% em comparação a 2009. Especulação, problemas na safra russa e uma atividade forte no mercado futuro nas bolsas seriam as explicações. A FAO ainda alerta que tudo indica que essa alta nos preços de alimentos não fiquem contidas em seus setores e que poderão contaminar outras áreas da economia, entre elas a do etanol, e contribuir de forma importante para a inflação.

Há poucos meses, a FAO insistia que a situação de alimentos no mundo era preocupante, mas rejeitava falar em uma nova crise. Agora, a volatilidade dos mercados obriga a entidade a rever seus números e seu próprio discurso.

Leia a reportagem completa no Jornal O Estado de São Paulo: Alta em preços de alimentos deve continuar em 2011

Comentários

Luiz Prado disse…
A BURRICE CRÔNICA E EPIDËMICA ENTRE OS ZAMBIENTALISTAS AINDA CONSISTE EM NÃO SABER ARITMÉTICA: HA UM BILHÃO DE PESSOAS COM FOME NO PLANETA, OS CARAS QUEREM ATINGIR UMAS TAIS METAS DO MILÊNIO (O NOME É RISÍVEL), A POPULAÇÃO CONTINUAR A CRESCER E OS ZAMBIENTALISTAS BRASILEIROS PAGOS POR GRINGOS OU PELOS TAIS FUNDOS SOCIO-AMBIENTAIS DO MMA QUE NÃO CUIDAM DAS UNIDADES DE CONSERVACAO JA EXISTENTES QUEREM REDUZIR AS AREAS DE PLANTIO DE ALIMENTOS. SÓ NO BRASIL, É CLARO, PORQUE ELES NÃO SÃO BESTAS DE PROPOR QUE A INGLATERRA, A ALEMANHA OU OS EUA FAÇAM O MESMO.
Anônimo disse…
Concordo 100% contigo, Luiz Prado...
Parece utópico, mas por aí dizem que: "O BRASIL não é um país sério"! E até parece que o DALAI LAMA disse a frase abaixo pensando NO POVO BRASILEIRO:
"Quando num dado país os políticos são corruptos, podemos ter a certeza de que a própria sociedade tem falta de moralidade e que a população não leva uma vida ética. (...) Por outro lado, quando as pessoas possuem valores positivos e aplicam a ética na sua vida, pelo bem dos outros, os representantes dos poderes públicos que essa sociedade produz respeitarão naturalmente esses mesmos valores. Cada um de nós, portanto, tem um papel a desempenhar na criação de uma sociedade em que é dada a prioridade máxima ao respeito e ao cuidado pelos outros (...)".
Dalai Lama, "Ética para o Novo Milénio"

Pensemos nisso!?!?
Bruno disse…
Um sendo cínico, já outro culpando a corrupção (é polêmico? Taca a culpa na corrução!).
Quem já teve a oportunidade de sobrevoar o país inteiro, e eu tive, só consegue observar o solo dividio para cultivo. Onde essa conta não está fechando? Ou, dando um passo pra trás: está faltando comida ou está sobrando gente? O consumo atual é correto? Qual a porcentagem de solo necessário para cultivar as embalagens dos produtos? Pois sim, as pessoas que têm acesso a comida desaprenderam a comsumir e a maior parte do que consomem é feito de embalagens, que ocupam solo para serem produtizadas e ocupam solo para serem despejadas. Passamos de moradores a donos dessa terra? E, pior: será que queremos mesmo culpar a falta de espaço e não a produção e consumo espaçosos e custosos? E, autor, não seja cínico com os "zambiembalistas", vc acaba perdendo a razão do argumento.
Ajuricaba disse…
Desde quando cinismo desmancha argumento?
Em tempo, quais dos problemas que vc cita é solucionado pelo Código Florestal vigente?
Desce do avião e vai conversar com as pessoas, estudar a situação e vc entenderá o problema.
Não é com a cabeça nas nuvens que solução encontraremos.
Manuel Andrade disse…
OK, Ok! Há fome no mundo há mais de 10.000 anos e ano após ano a produção de alimentos [em termos absolutos] só aumentou. Por que achar que o aumento da produção irá resolver o problema da fome? Ao contrário do que se espera a população só aumentou [em termos absolutos]. + alimento = + gente = + fome. O problema é que o alimento JAMAIS chega às bocas famintas... Parece que 10.000 anos de história têm provado isso ano a ano. Mas 10.000 anos de experiência não são suficientes... vamos tentar aumentar a produção de alimento esse ano e ver se conseguimos resolver o problema da fome... Vou dizer o que irá acontecer se aumentarmos a produção: a população aumentará e os famintos [em números absoultos] irão aumentar... Simples assim a equação!
DIZER QUE NÃO HÁ ALIMENTO É MENTIRA!!!!JAMAIS FALTOU!!!!!!!!!
Agora, que até que ele chegue às classes mais pobres há um oceano...
Adivinhem por que?
SE NÃO HOUVER a FOME quem lavará a louça? Se não houver fome quem trabalhará nos sub-empregos para servir a classe média?
Manuel Andrade disse…
OK, Ok! Há fome no mundo há mais de 10.000 anos e ano após ano a produção de alimentos [em termos absolutos] só aumentou. Por que achar que o aumento da produção irá resolver o problema da fome? Ao contrário do que se espera a população só aumentou [em termos absolutos]. + alimento = + gente = + fome. O problema é que o alimento JAMAIS chega às bocas famintas... Parece que 10.000 anos de história têm provado isso ano a ano. Mas 10.000 anos de experiência não são suficientes... vamos tentar aumentar a produção de alimento esse ano e ver se conseguimos resolver o problema da fome... Vou dizer o que irá acontecer se aumentarmos a produção: a população aumentará e os famintos [em números absoultos] irão aumentar... Simples assim a equação!
DIZER QUE NÃO HÁ ALIMENTO É MENTIRA!!!!JAMAIS FALTOU!!!!!!!!!
Agora, que até que ele chegue às classes mais pobres há um oceano...
Adivinhem por que?
SE NÃO HOUVER a FOME quem lavará a louça? Se não houver fome quem trabalhará nos sub-empregos para servir a classe média?
Ajuricaba disse…
Caro Manuel Andrade,

Creio que você leu apenas o título da postagem. O problema em torno do Código Florestal não é uma questão de NÃO HAVER ALIMENTOS.
Em nenhum momento afirmo isso.
O problema com o Código Florestal é que ele exige que produtores rurais DESTRUAM áreas agrícolas para se adequarem à lei.
Não é uma questão de aumentar a produção, mas não deixar que ele diminua.
Manuel Andrade disse…
OK, mas é engraçado colocar uma foto de um bebê [que talvez nem seja brasileiro] para causar comoção a respeito do Código Florestal no país. Mesmo sabendo que com a mudança do código as crianças pobres continuarão sem comida. Mesmo sabendo que a manutenção da produção de alimento NÃO irá resolver o problema da fome. Mesmo sabendo que toneladas de alimento são jogadas fora e desperdiçadas ano a ano e que as crianças ainda assim morrem de fome. Mesmo sabendo que "castanha-de-caju" não falta nas gondolas do supermercado enquanto 94% dos cajus são rejeitados. Mesmo sabendo que o alimento continuará sendo trancado. Mesmo sabendo que o acesso ao alimento será usado como moeda de troca para que "as pessoas invisiveis" continuem lavando a louça e o banheiro da classe média, além de lavar sua própria louça e banheiro. Mesmo sabendo que o aumento da produção de alimento gerará um aumento da população e, logo, um aumento da população excluida e faminta. Mesmo sabendo que, ano após ano, aumentamos a produção, geramos mais empregos, geramos mais industria, mais monocultivo, mais semente transgênicas, mais PIB e a escassez, violência, criminalidade, consumo de drogas também só aumentam? Por que? Parece tudo muito bonito no discurso, nos gráficos coloridos, nos números relativos mas a realidade é absoluta e não deixa dúvidas... precisamos parar de acreditar nas estatísticas, na publicidade, no salvacionismo progressista, na sombra da escassez [que na verdade é apenas má distribuição], e olhar a materialidade das coisas...