Código Florestal: o dilema de Aldo Rebelo não é apenas dele

Não é justo que os estados do Sul e do Sudeste tenham se desenvolvido e o Nordeste regiões do nordeste que vivem um momento de fortalecimento da agropecuária, não possam se desenvolver, prejudicados pela moratória proposta pelo Deputado Aldo Rebelo. A declaração foi feita na manhã de ontem no Hotel Bahia Othon Palace, em Salvador, pelo secretário estadual da agricultura da Bahia, Eduardo Salles.

O Secretário solicitou que Aldo Rebelo tirasse a caatinga e o cerrado da moratória. O presidente da Federação da agricultura da Bahia, João Martins, e o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Rosival Leite, entregaram a Aldo Rebelo um manifesto contra a moratória. “O projeto do novo código como um todo é bom para a agricultura e para o meio ambiente, mas o Artigo 47 é danoso tanto para a agricultura empresarial como para a familiar, e atinge em cheio a economia baiana, que tem no setor um dos seus mais importantes lastros”, afirmou Salles.

Como mostrei aqui no blog Aldo Rebelo entrou em crise com o pleito dos bahianos não porque ele seja justo, mas porque a moratória é injusta. Agora, se a tal moratória é injusta para os bahianos, por que não é também injusta para os Amazônidas? Esse qui pro quo expõem um problema sério ligado a preservação ambiental: preservar meio ambiente é como pimenta, no olho do outro refresco.

Enquanto o ônus da preservação ambiental não for igualmente repartido entre todos a questão da preservação vai sempre ser um jogo de empurra. Os países ricos pagam as ONGs pra brigar pela preservação nos países pobres, os estados ricos dos países pobres lutam para consolidar suas áreas de produção e proibir o avanço da fronteira alhures, o cidadão urbano exige APP lá longe no campo, mas mora em encostas e beiras de rio.

O mundo precisa aprender a repartir o custo da preservação ou vamos continuar empurrando o problema com a barriga.

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