Proposta das papeleiras para o Código Florestal: Consenso ou conchavo?

Na última quinta feira o setor de celulose e um bando de ONGs lançaram o que eles chamam de proposta alternativa para o Código Florestal. Segundo as pepeleiras as ONGs a proposta é de consenso.

Um passarinho azul me contou que a turma das papeleiras, depois de acerto o consenso com as ONGs, procurou a Senadora Katia Abreu na CNA tentando fazê-la subscrever o texto já pronto. O passarinho me contou que Katia Abreu subiu nas tamancas e botou as papeleiras, representadas pela Abraf e Bracelpa, para correr da sede da Confederação, em Brasília.

O Greenpeace também não assinou o documento. Rafael Cruz, coordenador da ONG para Código Florestal disee que alguns estudos apontam que a versão atual do Código autorizaria a desmatamento de mais 100 milhões de hectares. O outro ponto que desagrada o Greenpeace foi o processo de articulação desse "consenso". "Os movimentos sociais não estão contemplados, nem as entidades que representam os pequenos agricultores", diz Cruz.

Veja aqui uma análise sobre os interesses do setor papeleiro na questão do Código FlorestalO setor de Celulose e o Código Florestal

Comentários

Luiz Prado disse…
Esse "consenso" também poderia ser dhamado de "formação de quadrilha". O Greenpeace sentiu-se excluído da divisão do bolo? Afinal, ele nunca teve mesmo qualquer interesse por pequenos produtores.

PARABÉNS À KATIA ABREU!
Estas propostas atendem apenas os interesses do setor de florestas artificiais que são verdadeiros desertos verdes e acabam com o solo.

Não corrigem os erros intrínsecos do atual Código Florestal e continuam injustiçando o setor agropecuário e até mesmo as periferias urbanas pobres.

Alguns, que se dizem “ambientalistas”, perdem credibilidade enquanto a Sociedade vai percebendo que o atual Código Florestal (CF) é intrinsecamente ruim, pois é irracional, sem fundamentos e SOCIALMENTE INJUSTO, portanto SEM SUSTENTABILIDADE.

O CF é irracional e sem fundamentos ao estabelecer limites únicos e arbitrários, ignorando que cada local é diferente de outro. Deveria estabelecer apenas qual é o objetivo pretendido e permitir ocupações sustentáveis que atinjam o objetivo com ganhos ambientais.

O CF é SOCIALMENTE INJUSTO ao impor todo o ônus da preservação sobre os cidadãos rurais, embora a Preservação beneficie todos. Pior, ela é necessária para compensar a devastação e poluição causada pelo consumismo dos urbanos médios e ricos, que nada preservam e não pagam pela Preservação. O ônus da Preservação tem que ser imposto na proporção do consumo de cada um, principalmente dos urbanos médios e ricos.

Ambientalistas de verdade são idealistas. Idealistas não aceitam injustiças nem coisas ruins, irracionais e sem sustentabilidade.

Logo, os que defendem o atual CF não são idealistas nem ambientalistas de verdade. Alguns são hipócritas que defendem interesses ocultos e enganam os incautos. Outros, embora bem intencionados, são enganados, ou temem que a racionalidade seja distorcida pela corrupção e preferem impor controle ditatorial como se fins bons justificassem meios imorais, sem perceber que a falta de sustentabilidade do atual CF é que tem dado asas à corrupção e descontrole.

Vinícius Nardi,
v.nardi@ig.com.br