Impactos da intensificação da pecuária brasileira na emissão de gases de efeito estufa e no uso do solo
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizou trabalho que simula o que acontece quando se intensifica a pecuária bovina em cinco diferentes cenários de recuperação de pastagens. O estudo, publicado no final de 2015, comprovou que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária brasileira podem cair com o aumento da produtividade da pastagem e mostrou quanto é a emissão de GEE por quilo de carne produzido no país, de acordo com o manejo adotado.
Nas simulações, a produção de carcaça animal aumentou de 43 para 65 Mg (miligrama) por rebanho e as emissões totais foram de 58,3 para 29,4 kg de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) por quilo de carcaça. Segundo o estudo, o melhor resultado da intensificação foi uma redução de sete vezes a área necessária para produção de carne bovina.
Para apresentar os resultados desta e outras pesquisas da instituição que calcularam as emissões de GEE na agropecuária brasileira, o pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), Robert Boddey, realizou uma série de palestras nos Estados Unidos, na última semana de novembro. Segundo Boddey, os estudos chamaram a atenção dos especialistas norte-americanos em Climate-Smart Agriculture [agricultura inteligente para o clima, em tradução livre] e do World Resources Institute (WRI), na sede do Banco Mundial, em Washington, D.C, e também pesquisadores na Universidade de Princeton.
No estudo sobre pecuária bovina, o objetivo foi investigar o impacto do aumento da produção de fertilizantes, leguminosas forrageiras e suplementos sobre as emissões de GEE. Nos cinco cenários estipulados, foi comprovado que o aumento na digestão do animal promoveu uma redução na ingestão de forragem por unidade animal e, com isso, uma redução nas emissões de metano (CH4). Os quatro primeiros cenários simulados foram baseados na produção de gado em pastagem brachiaria, passando para uma pastagem mista com brachiaria e leguminosa e pastagens melhoradas com capim-guiné. Já o cenário cinco foi o mais intensivo, utilizando a pastagem com capim-guiné.
Produtividade
O Brasil tem hoje o maior rebanho bovino de corte no mundo, estimado em aproximadamente 200 milhões de animais. No entanto, a produção é predominantemente feita em pastagens com baixa produtividade, o que promove altas emissões de metano por quilo de produto. “As pastagens degradadas sequestram muito menos carbono do que pastagens produtivas. Nossos experimentos comprovaram isso e mostraram a importância de investimento na recuperação. Você reduz emissão por quilo de carne e diminui a pegada de carbono”, afirmou Boddey.
Conforme o pesquisador, o cenário 2 é o mais próximo do que o Brasil está hoje. “Nesse cenário, calculamos aproximadamente 40 Mg de CO2eq por quilo de carcaça. Um boi produz entre 60 a 70 quilos de metano por ano”, disse. Boddey reforçou que o Brasil tem a capacidade para mudar esse cenário, com tecnologia e o incentivo do Plano de Agricultura de Baixo Carbono para a recuperação de pastagens.
O estudo está disponível em inglês
Nas simulações, a produção de carcaça animal aumentou de 43 para 65 Mg (miligrama) por rebanho e as emissões totais foram de 58,3 para 29,4 kg de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) por quilo de carcaça. Segundo o estudo, o melhor resultado da intensificação foi uma redução de sete vezes a área necessária para produção de carne bovina.
Para apresentar os resultados desta e outras pesquisas da instituição que calcularam as emissões de GEE na agropecuária brasileira, o pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), Robert Boddey, realizou uma série de palestras nos Estados Unidos, na última semana de novembro. Segundo Boddey, os estudos chamaram a atenção dos especialistas norte-americanos em Climate-Smart Agriculture [agricultura inteligente para o clima, em tradução livre] e do World Resources Institute (WRI), na sede do Banco Mundial, em Washington, D.C, e também pesquisadores na Universidade de Princeton.
No estudo sobre pecuária bovina, o objetivo foi investigar o impacto do aumento da produção de fertilizantes, leguminosas forrageiras e suplementos sobre as emissões de GEE. Nos cinco cenários estipulados, foi comprovado que o aumento na digestão do animal promoveu uma redução na ingestão de forragem por unidade animal e, com isso, uma redução nas emissões de metano (CH4). Os quatro primeiros cenários simulados foram baseados na produção de gado em pastagem brachiaria, passando para uma pastagem mista com brachiaria e leguminosa e pastagens melhoradas com capim-guiné. Já o cenário cinco foi o mais intensivo, utilizando a pastagem com capim-guiné.
Produtividade
O Brasil tem hoje o maior rebanho bovino de corte no mundo, estimado em aproximadamente 200 milhões de animais. No entanto, a produção é predominantemente feita em pastagens com baixa produtividade, o que promove altas emissões de metano por quilo de produto. “As pastagens degradadas sequestram muito menos carbono do que pastagens produtivas. Nossos experimentos comprovaram isso e mostraram a importância de investimento na recuperação. Você reduz emissão por quilo de carne e diminui a pegada de carbono”, afirmou Boddey.
Conforme o pesquisador, o cenário 2 é o mais próximo do que o Brasil está hoje. “Nesse cenário, calculamos aproximadamente 40 Mg de CO2eq por quilo de carcaça. Um boi produz entre 60 a 70 quilos de metano por ano”, disse. Boddey reforçou que o Brasil tem a capacidade para mudar esse cenário, com tecnologia e o incentivo do Plano de Agricultura de Baixo Carbono para a recuperação de pastagens.
O estudo está disponível em inglês
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