A pecuária diante do cartel dos grandes frigoríficos

Leio agora no Notícias Agrícolas que o preço da carne paga aos frigoríficos aumentou, mas o preço da arroba do boi paga ao pecuarista permaneceu constante. A demanda por carne pressiona os preços para cima, mas os frigoríficos conseguem atender a demanda sem ir ao mercado de boi gordo. Qual é a mágica? "Boa parte dos frigoríficos têm mantido escalas suficientes para atender à demanda", diz a matéria.

Veja a íntegra do texto: Boi Gordo: Preço da carne aumentou, mas não influenciou a cotação da arroba

Este blogger acha que os frigoríficos constituíram um cartel para controlar a cadeia da carne no Brasil. Existem várias formas de fazer isso. Parceria com confinadores, contratos de boi a termo, fazendas próprias, compra e fechamentos de plantas, escalas longas, parecerias com ONGs ambientalistas e por aí vai. Os beagle-boy (JBS, Marfrig, Minerva e BRF) transformarão o pecuarista em vaqueiro de luxo.

Esse controle interessa a muita gente. Os donos dos frigoríficos ficarão cada vez mais ricos, os ambientalistas aliados aos frigos segregarão os pecuaristas entre bons e maus, as grandes traders de grãos acharão terras mais baradas para expandir sua produção.

Os grandes perdedores serão o consumidor, que pagará mais pela carne, e o produtor, que receberá menos pelo boi.

Nos próximos anos a pecuária brasileira estará diante de desafios enormes. De um lado, sofre pressão para intensificar seus sistemas de produção, de outro, enfrentará a concorrência pelas melhores terras de atividades mais rentáveis como a agricultura e as florestas plantadas. Tudo isso sob o controle dos grandes frigos.

Assim caminha a bovinidade.

Foto Eduardo Seidl/Palácio Piratini

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