Ministério nega venda de terras da Amazônia #VendeuSoberania


O Ministério do ½ Ambiente enviou ao site Notícias Agrícolas uma carta na qual nega a venda de 3 milhões de hectares da Amazônia por US$ 60 milhões de dólares. O Notícias Agrícolas replicou a postagem do blog que denunciou a "venda". Releia: Governo brasileiro "vende" 3 milhões de hectares da Amazônia por US$ 60 milhões.

Na carta, o M½A lamenta a divulgação do texto que seria cheio de inconsistências e teria "a clara intenção de comprometer ações socioambientais na Amazônia."

O Ministério do ½ Ambiente assinou um acordo com o Banco Mundial. De acordo com a carta do M½A, (abre aspas) "entre as principais metas do projeto brasileiro, estão a criação de 3 milhões de hectares de novas ambientais na região [Amazônia]" (fehca aspas). Ainda de acordo com a carta do M½A, (abre aspas) "o valor do recurso de doação a ser recebido pelo projeto é de aproximadamente U$ 60.000.000,00" (fecha aspas).

Ou seja:
  • FATO 01 - O Ministério do ½ Ambiente assinou um acordo com o Banco Mundial;
  • FATO 02 - O Ministério do ½ Ambiente receberá uma doação de US$ 60 milhões;
  • FATO 03 - O Ministério do ½ Ambiente criará 3 milhões de hectares de novas Unidades de Conservação na Amazônia.
O M½A criará 3 milhões de hectares de novas Unidades de Conservação na Amazônia recebendo US$ 60 milhões como contrapartida. Onde está a inconsistência?

Se eu fosse Ministro do Meio Ambiente também negaria a venda de terras. De fato, não há alteração no domínio. Se não muda o proprietário, não é venda. Certo? Talvez seja isso que o M½A chama de inconsistência.

Mas vamos pensar.

E se o Brasil achar uma jazida de urânio dentro desses 3 milhões de hectares de novas Unidades de Conservação que o Ministério do ½ Ambiente vai criar em troca da doação de US$ 60 milhões, vai poder explorar? Quem lembra da Renca?

E se o Brasil precisar construir uma hidrelétrica dentro desses 3 milhões de hectares de novas Unidades de Conservação que o Ministério do ½ Ambiente vai criar em troca da doação de US$ 60 milhões, vai poder?

E se o Brasil precisar construir uma rodovia passando por dentro de um desses 3 milhões de hectares de novas Unidades de Conservação que o Ministério do ½ Ambiente vai criar em troca da doação de US$ 60 milhões, vai poder?

E os brasileiros que eventualmente vivam dentro de um desses 3 milhões de hectares de novas Unidades de Conservação que o Ministério do ½ Ambiente vai criar em troca da doação de US$ 60 milhões, serão expulsos do local como o pessoal do Jamanxim?


O Ministério do ½ Ambiente não vendeu terras da Amazônia. O que o Ministério do ½ Ambiente vendeu foi a soberania nacional.

Há muito anos a guerra pela Amazônia não é travada com Exércitos nem com forças militares. A guerra pela Amazônia é travada com ideologias e dólares.

Nem Noruega, nem Alemanha precisam mandar seus Exércitos invadirem o Brasil para tutelar a Amazônia. Isso não seria aceito por ninguém, nem pelos brasileiros, nem pela comunidade internacional.

Mas em nome do ½ ambiente (uso ½ porque as pessoas ficam de fora), tando Noruega quanto a Alemanha botam dinheiro no Fundo Amazônia que financia a Força Nacional de Segurança que atua na Amazônia ao lado do Ibama contra os brasileiros que lá vivem. O Ibama, aliás, também recebe dinheiro da mesma fonte. Todo mundo aceita. Nem os brasileiros reclamam. Para quê Exército? Para quê guerra convencional? Para quê desgaste internacional?

Alguém acredita que o Banco Mundial esta doando US$ 60 milhões ao Brasil?

As Unidades de Conservação já criadas pelo Ministério do Meio Ambiente no Brasil inteiro geram um passivo de R$ 20 BILHÕES em áreas que deveriam ser desapropriadas no Rio de Janeiro, em Goiás, na Bahia, em Minas Gerais, etc. Por que o Banco Mundial não doa esses R$ 20 bilhões para regularização desse passivo?

Todos os anos no período seco a maioria das Unidades de Conservação do Brasil sofrem com grandes incêndios. O Parque Nacional de Brasília, Veadeiros, Grande Sertão Veredas, Aparados da Serra, Chapada Diamantina, Serra da Bocaina e várias outras foram calcinadas no ano passado. Por que o Banco Mundial não doa recursos para combater esses incêndios?

Quase a metade da população brasileira não tem acesso a esgotamento sanitário. Na Amazônia, a cobertura é ainda menor. Por que o Banco Mundial não doa recursos para a chamada agenda azul? Alguém acredita que a preocupação do Banco Mundial é com o meio ambiente, ou com o Brasil?

A carta do Ministério do Meio Ambiente é ridícula. É um lixo retórico contra uma postagem que cumpriu exatamente o papel para o qual foi pensada: alertar o Brasil sobre a atuação irresponsável de Sarney Filho a frente do Ministério do Meio Ambiente.

Corredor Triplo A

Aconteceu entre 10 e 13 de outubro do ano passado, em Bogotá, na Colômbia, a vigésima primeira reunião dos Ministros do Meio Ambiente da América Latina e Caribe. O encontro contou com a participação dos 8 países cujos territórios abrangem a Amazônia, inclusive o Brasil. Uma das deliberações do encontro foi a retomada das discussões para a efetivação do corredor Triplo A (Andes, Amazônia e Atlântico). Veja aqui mais informações.

“A ideia é criar um corredor que conserve a riqueza biológica e cultural. Os países concordaram e agora é importante definir um plano com um mecanismo de comunicação para compartilhar os avanços de cada país e aprofundar os intercâmbios. Uma etapa seguinte definirá como seria este corredor e o seu mecanismo institucional”, afirmou o ministro colombiano de Ambiente, Luis Gilberto Murillo, após o encontro em Bogotá.

José Pedro de Oliveira Costa, secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), disse ao site OECO que a ideia “é sim interessante, mas não tinha recebido a acolhida do governo Dilma e nunca mais foi apresentada formalmente”. Veja aqui. De acordo com o site em matéria publicada no último mês de setembro, o Brasil tem demonstrado que está disposto a retomar o assunto.

O secretário afirmou ao OECO que, apesar de não ver resistência à ideia, a forma como foi comunicada havia sido “impositiva” e, por isso, rejeitada. “Não teria a possibilidade de sucesso da forma como está colocada. Não vejo que produziria os resultados que queremos. Enquanto ideia, é absolutamente válida, mas precisamos conversar sobre a formulação, pois definir o território em país dos outros é algo complicado”, afirmou Costa.

A carta do Ministério do Meio Ambiente em resposta ao post deste blog nega relação do projeto financiado pelo Banco Mundial com o corredor Triplo A. Quem quiser acreditar, acredite.

Clique aqui e saiba mais sobre o Corredor Triplo A (Andes - Amazônia - Atlântico)

A imagem é de José Cruz, da Agência Brasil.

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