Ibama multa banco Santander por financiar agricultura em Mato Grosso

O banco Santander foi multado em R$ 47,5 milhões pelo Ibama por suposto envolvimento em desmatamento na Amazônia. A instituição é acusada de financiar o plantio de grãos na região, atividade considerada ilegal em certas circunstâncias pelo Ibama. Em operação feita em parceria com o Ministério Público Federal de Mato Grosso, a fiscalização constatou que recursos do banco financiaram a plantação de milhares de toneladas de milho e soja em áreas embargadas pelo Ibama.

Além do Santander, as multas atingiram algumas tradings regionais de pequeno porte e outras empresas que atuam na cadeia produtiva da produção agrícola. Os fiscais do Ibama e os emepeios do Ministério Público esperam que as infrações cheguem a cerca de R$ 170 milhões até o final das operações iniciada na última sexta feira.

"Quem adquirir, financiar, transportar, comercializar ou intermediar produtos oriundos de áreas desmatadas ilegalmente também é responsável pela devastação da floresta, inclusive bancos, tradings, transportadoras e empresas de beneficiamento”, diz o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Jair Schmitt. “O MPF avaliará as ações cabíveis para a responsabilização de todos os agentes envolvidos na atividade, o que incluiu os adquirentes, financiadores e demais participantes da cadeia produtiva”, diz o procurador federal Marco Barbosa.

As multas são resultado de um cruzamento de informações realizado nos últimos meses por agentes do Ibama e do MPF. A Operação Shoyo mapeou as áreas embargadas, o histórico de imagens por satélite e, finalmente, a emissão de "cédulas de produto rural" (CPRs) usadas pelo banco para financiar a produção agrícola.

Os fiscais do Ibama e os técnicos do Ministério Público acusam o banco Santander de financiar a plantação de quase 6 mil toneladas de milho na safra de 2015, em uma área de 572 hectares. O crime foi constatado nas cidades de Porto dos Gaúchos, Feliz Natal e Gaúcha do Norte, próximos a Sinop (MT), um dos principais polos de produção de grãos do país.

O Santander afirma que segue rigorosamente a legislação vigente e adota as melhores práticas do mercado no que diz respeito às políticas socioambientais.

Este blog acha que Sarney Filho, o Ibama e o Ministério Público não dão a mínima para esse tipo de informação.

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