Ciência do Leblon: A tese do Minc

O carioca dos coletes Carlos Minc, ex ministro do ½ ambiente, em artigo no jornal O Globo do último domingo, defendeu sua tese sobre a recente queda do desmatamento na Amazônia. Segundo Minc o desmatamento caiu por três razões: 1) fiscalização; 2) pactos com setores privados; 3) estímulos ao desenvolvimento sustentável.

Antes da crise, em 2008, os pecuaristas vendiam boi a R$ 85 por arroba e trabalhavam com uma expectativa de preço futuro de R$ 100 por arroba de boi gordo. Durante a crise o preço recebido pela @ recuou para a casa dos R$ 60 e continua abaixo de R$ 70. Na tese do Minc a crise econômica de 2008/09 não teve nenhum efeito sobre a redução do desmatamento.

Como diz o ambientalista James Lovelock, autor da hipótese Gaia, no seu livro mais recente os ambientalistas assim como nossos antepassados teológicos estão produzindo verdade em um mundo virtual, em vez de descobri-la. Minc é um exímio produtor de verdades em mundos virtuais.

Agora, piada mesmo foi o que o Minc listou como estímulos ao desenvolvimento sustentável:



1. Concluímos em março de 2010 o Macrozoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) da Amazônia.
(de fato, o governo concluiu o Macro ZEE, mas eu dasafio qualquer um a mostrar um consequência prática dessa conclusão)

2. O Fundo Amazônia.
(O fundo Amazônia, até agora só financiou ONGs, algumas delas internacionais, como a TNC)

3. O presidente Lula decretou preços de garantia para dez produtos extrativistas, como borracha, castanha, açaí, pequi etc.
(A Amazônia não produz pequi e se alguém souber de algum produtor que se beneficiou desses preços mínimos ganha um doce de jambú)

3. A Operação Arco Verde foi lançada com dez ministérios
(A operação arco verde não gerou 1% dos empregos que a operação arco de fogo queimou)

4. Fornecimento de crédito pelo BB e Basa
(fornecimento de crédito do BB e do Base dependem de licença ambiental. Salvo raras exceções nenhum produtor rural consegue tirar licença ambiental na Amazônia)

O que o Minc chama de estímulo ao desenvolvimento sustentável não passa de subterfúgio políticos. Servem apenas para dar a impressão para o brasileiro urbano não amazônida que o governo está fazendo alguma coisa. As medidas são totalmente inócuas. A estratégia de preservação da Amazônia se resume a asfixiar a economia tradicional local, economizando floresta e causando desemprego e miséria local. O que o Brasil urbano está sendo doutrinado a chamar de ambientalismo não passa de canalhisse verde.

Comentários

emanuel disse…
... o Minc deu muita sorte porque em 2009 choveu praticamente em todos os meses do ano, diminuindo os incendios... mas espera este verão de 2010, onde as chuvas foram 50% das do ano passado, já esta secando em abril... infelizmente teremos queimadas demais e o IBAMA vai ter uma atuação tão brilhente como a Uniaõ Européia teve no combate àquele vulcão recente de nome estranho