Vestígios de 2011

Gente que conhece os bastidores da política em Brasília anda dizendo que se o deputado Aldo Rebelo suar a camisa, poderá ser o primeiro Presidente da Câmara da próxima legislatura. Aldo conta com a simpatia dos deputados da bancada da agropecuária, pode atrair os votos do chamado baixo clero da Câmara e alguns da oposição. O PMDB, embora oficialmente comprometido com o candidato oficial do governo, o gaúcho Marco Maia do PT, tem hoje uma ala bem insatisfeita com a liderança da bancada e pode apoiar Aldo Rebelo.

O próprio Aldo Rebelo anunciou nesta quarta-feira (22) a articulação de parlamentares de diversos partidos para a construção de uma “candidatura alternativa” para a Presidência da Câmara. Alguns deputados que gostariam de ver Aldo Rebelo na presidência da Câmara vêm realizando consultas nos bastidores para ver se há viabilidade para o lançamento de um nome para enfrentar o candidato do governo na disputa.

O colunista da Revista Veja, Reinaldo Azevedo, publicou hoje em seu blog que a articulação pro-Aldo ganhou corpo com uma reunião informal na noite de terça-feira (21) de deputados do PDT, PSB, DEM e PC do B. Deputados de outros partidos como PSDB, PMDB e PRB também já conversaram com integrantes da articulação sobre o tema.

Aldo Rebelo é da base aliada do governo e é um interlocutor com acesso a Dilma Rousseff. Se a candidatura de Aldo ganhar corpo a ponto de ameaçar a candidatura de Marco Maia o governo pode optar por Aldo. Para isso é necessário que a oposição crie alguma ameaça. Se Aldo rachar a base do governo a ponte de tornar relativamente forte um candidatura oposicionista o governo pode puxar o tapete de Marco Maia.

De acordo com Reinaldo Azevedo, para Aldo o candidato tem de ser da base aliada e não há problema que não seja do PT, maior bancada da Câmara. “O candidato que for eleito será o que mais representará a proporcionalidade da Casa. Já aconteceu outras vezes aqui de se eleger presidente um candidato que não era do maior partido”, lembrou. Ele mesmo foi eleito presidente da Câmara em 2005 mesmo sendo de um partido com apenas 13 deputados.

Segundo Aldo, estas consultas terão andamento até a primeira quinzena de janeiro de 2011, quando se decidirá pelo lançamento da possível candidatura alternativa.

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