O Código Florestal e o jornalismo sem carater

aros, vejam essa manchete publicada no Estadão: Nenhum produtor rural aderiu a programa que anistia desmatador

No texto a jornalista Marta Salomon argumenta que apesar do benevolente ministro Minc ter criado um programa para a regularização ambiental de propriedades, o Mais Ambiente, os produtores rurais não se interessaram pelo programa preferindo continuar na ilegalidade esperando que o Código Florestal seja alterado.

Ocorre que mais abaixo, no mesmo texto, a mesma jornalista diz o seguinte: "Ontem, o novo secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, estimou em 20 dias o prazo necessário para o sistema começar a operar."

Agora alguém me diga como diabos algum produtor poderia ter aderido a um programa que vai começar a operar daqui a vinte dias.

Reportagens como essa mostram a forma como o jornalismo aborda a questão do Código Florestal. Há o rótulo dos verdes, gente do bem que luta para salvar o mundo, e o dos ruralistas, gente do mal que quer destruir o meio ambiente.

Há dois tipos de abordagem, a dos jornalistas inocentes cuja culpa se limita à incapacidade e preguiça de enxergar além dos rótulos, e a dos jornalistas vendidos que tomaram partido de um dos lados da questão e mentem deliberadamente para vencer o outro lado na certeza crédula de que estão fazendo o bem.

Comentários

Luiz Prado disse…
O simples fato de existir uma "Secretaria de Extrativismo de Desenvolvimento Rural Sustentável" é uma boa comprovação de como essa turma vê o tal "desenvolvimento rural": uma atividade "extrativista", ao estilo sonhado para Xapuri. O meio rural transformado numa grande área para o "extrativismo". Eles são uma pândega.