A ciência e o Código Florestal: Considerações sobre o relatório dos "cientistas" de pindorama

Caros, os idiotas úteis do ambientalismo cibernético estão hoje alvoroçados com a notícia de que a Academia Brasileira de Ciência (ABCD) e a Sociedade Brasileira para a Preservação dos Paradigmas (SBPC) lançarão em breve um libelo contra a modernização do Código Florestal. Não se comenta outra coisa no twitter.

O relatório ainda nem saiu, mas os articulistas das ONGs já sabem o que há nele. Engraçado isso. Parece até que eles ajudaram a escrever.

O que li na net sobre o tema me fez lembrar do relatório abaixo:

Essa aí é a contracapa de um relatório científíco sobre eugenia. A palavra eugenia significa "bem nascido". Para quem não sabe a eugenia foi uma teoria científica muito popular no século passado, uma evolução teórica do darwinismo. Depois de Darwin, as pessoas começaram a achar que a seleção natural estava levando a humanidade à degeneração como provava o grande número de loucos, degenerados, vagabundos, anões, negros e judeus.


Hoje, com um bom distanciamento histórico, a gente sabe que a eugenia era uma idiotice. Mas nas primeiras décadas dos anos 1900 os cientistas achavam que era a única forma de salvar o mundo do colapso. Grandes cientistas apoiaram a eugenia. Francis Galton foi um dos seus pais. Keynes, o economista, era um eugenista. Winston Churchill, H. G. Wells, Theodore Roosevelt, George Bernard Shaw, e Linus Pauling, eram todos eugenitas. Defendiam a castração de loucos com o mesmo ardor com que Ivan Valente, do PSol, defende a ONG do Klabin, grande industrial plantador de eucaliptos.

O Brasil teve um movimento eugênico organizado. A Sociedade Eugênica de São Paulo foi criada em 1918. Em 1931, três anos antes do nascimento do Código Florestal, foi criado o Comitê Central de Eugenismo, presidido por Renato Kehl e Belisário Penna. O comitê propunha o fim da imigração de não-brancos o incentivo a "iniciativas científicas ou humanitárias de caráter eugenista que sejam dignas de consideração", além de medidas que visavam impedir a miscigenação. Era tudo científico.

Hitler usou a ciência da eugenia para justificar teoricamente os crimes que praticou na Europa em favor da pureza da raça ariana.

Tô fazendo esse paralelo para tentar mostrar que a ciência pode fazer grandes k gadas. Sobretudo quando se deixa politizar, quando abre mão do rigor do método em nome do senso comum, do politicamente correto. Purificar a humanidade castrando negros já foi politicamente correto, assim como hoje é politicamente correto "preservar a natureza" destruindo áreas agrícolas.

As academias brasileiras de ciências há muito de permitiram degenerar em defensores do senso comum, defensores arraigados de paradigmas. A dúvida morreu, o método morreu, a ciência morreu.

O relatório ainda não saiu. Quando sair talvez eu encontre tempo para fazer uma crítica mais apropriada. Clique aqui e baixe a íntegra do relatório dos cientistas.

Comentários

Ajuricaba disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Ajuricaba disse…
Caros, 10 min depois de publicar esse post recebi um e-mail enviado pelo CONAMA - isso mesmo, pelo CONAMA - propagandeando um seminário financiado por diversas ONGs para alardear o tal relatório dos cientistas.
Reparem que o relatório ainda nem saiu, mas as ONGs já sabem o há nele e já planejam usá-lo para tocar a opinião pública.
No que se transformaram nossas academias de ciências?
O seminário ocorrerá no prédio do Congresso, no dia 2 de fevereiro.
É de doer, é ou não é?
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APPs - TOPOS DE MORRO
A SBPC e a ABC PERDERÃO CREDIBILIDADE

Veja o resumo do “Sumário executivo” da ABC e SBPC no link abaixo:
http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-do-inesc/2011/fevereiro/ciencia-se-pronuncia-sobre-o-codigo-florestal

A Academia Brasileira de Ciência (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgaram um “Sumário Executivo” sobre o debate do novo Código Florestal onde abordam as APPs de Topo de Morro.

Mas, a “ciência” erroneamente confunde Topos de Morro com “Campos de Altitude” os quais ocorrem em áreas acima de 1.200m de altitude em relação ao nível do mar.

Onde estão a racionalidade e os fundamentos técnicos-científicos?

Não sabem que APP de Topo de Morro é o terço superior de elevações com mais de 50m de altura (entre o topo e a base) e com encosta de declividade superior a 30 por cento?

Portanto, temos APPs de Topos de Morro começando com altitude negativa (se estiverem em região abaixo do nível do mar), sendo que a imensa maioria está abaixo dos 1.200 metros de altitude.

Ainda mais, tem muitas áreas acima de 1.200 metros de altitude que não são Topo de Morro.

Logo, a APP de Topo de Morro não tem nada a ver com Campo de Altitude, portanto não tem alto grau de especialização, nem endemismo da biota que abrigam, nem desempenham serviços ecossistêmicos essenciais que sejam diferentes das Unidades de Conservação (UCs) normais.

Além disto, o objetivo da APP de Topo de Morro também não é proteger a biodiversidade.

O tamanho do fragmento florestal tem efeito direto na biodiversidade, pois áreas menores suportam menos espécies. O efeito de borda também provoca mudanças na quantidade de luz, na temperatura, umidade e na velocidade do vento causando desequilíbrio na fauna e na flora. Muitos animais não conseguem sobreviver por falta de área mínima (espaço vital), consangüinidade e perda da diversidade genética. Por exemplo, uma onça pintada necessita um espaço vital de +- três mil hectares. O desaparecimento de animais que dispersam sementes (interação) também provoca a extinção de espécies da flora. Portanto, uma floresta fragmentada está condenada à morte. Pior ainda se não houver água corrente, pois aí a maioria dos animais não sobrevive, como é o caso das APPs de Topos de Morro.

Para proteger a biodiversidade são necessárias grandes Unidades de Conservação.

A “ciência” não deveria ficar a serviço de ideologias insustentáveis nem de interesses dúbios.

A Lei não deveria estabelecer restrições e limites únicos, arbitrários, sem racionalidade e sem fundamentos.

Na verdade, o OBJETIVO da APP de TOPO DE MORRO é proteger a inflitração das águas pluviais, recarregando as águas subterrâneas e reduzindo inundações, erosão e assoreamento.

Porém, a impermeabilização causada pela ocupação sustentável pode ser compensada com terraços em curvas de nível, reservatórios de retenção, fossas de absorção das águas pluviais, gramados, etc, que resultem numa infiltração superior à existente antes da ocupação, resultando em ganhos ambientais.

Ainda mais, Topos de Morro são as melhores áreas, as mais adequadas para ocupação urbana ou rural, pois tem estabilidade, vista, insolação, baixa declividade, etc.

Logo, impedir completamente o uso dos Topos de Morro não é necessário, não tem fundamentos técnico científicos, não é racional e nem tem bom senso.

CONCLUINDO, a Ciência e a Lei devem estabelecer qual é o OBJETIVO de cada APP, permitindo ocupações sustentáveis com compensações que resultem em ganhos ambientais.

Vinícius Nardi, por uma Preservação e Ocupação Justas, Sustentáveis e Eficientes.
v.nardi@ig.com.br
No site da INESC também tem um link para o que parece ser o "sumário executivo" original, que chegou a ser postado nos sites da ABC e SBPC mas depois foi removido.
http://www.inesc.org.br/biblioteca/textos/Sumario_Executivo_05022011_versao_final.pdf